Um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira, Cauã Reymond decidiu traçar um novo rumo para sua imagem pública. O ator optou por não renovar o contrato publicitário com a Bateubet, empresa de apostas esportivas com a qual vinha colaborando desde 2023. O acordo, que rendeu cerca de R$ 22 milhões ao longo de um ano, foi encerrado na última semana — por iniciativa do próprio artista.
A decisão, confirmada pela assessoria de imprensa de Reymond, vem acompanhada de uma mudança mais ampla: ele orientou sua equipe a recusar qualquer proposta futura vinda de empresas do setor de apostas online. A medida marca um distanciamento completo do ator em relação a esse tipo de publicidade, em um momento em que a presença de “bets” no mercado brasileiro levanta discussões éticas e legais.
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Sem alarde, todas as peças promocionais da Bateubet com a imagem de Cauã desapareceram de suas redes sociais e do site da empresa. A ruptura foi discreta, mas significativa.
Uma decisão que repercute
Nos bastidores, a escolha de Reymond surpreendeu, especialmente pelo fato de o ator manter laços pessoais com Thales Janguiê Diniz, um dos sócios da Bateubet. Em março, por exemplo, Cauã foi visto na festa de aniversário do empresário, o que reforçava a expectativa de continuidade na parceria.
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No entanto, a postura do ator vai na contramão de boa parte do mercado de entretenimento e esportes, cada vez mais dependente do financiamento das casas de apostas. Jogadores, influenciadores, comentaristas e até ex-atletas formam hoje um exército de porta-vozes desse setor, que movimenta bilhões de reais anualmente.
Ao recuar, Cauã se posiciona de forma rara entre celebridades de alto escalão, que geralmente evitam controvérsias em nome de contratos publicitários robustos.
A pressão sobre as “bets”
Desde que o mercado de apostas online ganhou força no Brasil, especialmente após a legalização de sua operação, a presença dessas empresas se intensificou nos estádios, nas transmissões esportivas e nas redes sociais. Paralelamente, aumentam as críticas sobre os impactos sociais desse tipo de negócio, como o estímulo ao vício em jogos e a falta de regulamentações mais rígidas.
Celebridades que emprestam sua imagem às “bets” vêm sendo questionadas por parte do público, sobretudo quando campanhas atingem jovens e públicos vulneráveis. A decisão de Reymond pode indicar uma crescente sensibilidade entre artistas sobre os riscos reputacionais dessa associação.
Caminho oposto
Enquanto Cauã Reymond se afasta, a Bateubet segue apostando em nomes como o ex-jogador Grafite, hoje comentarista esportivo. A empresa mantém suas campanhas digitais e parcerias com influenciadores, mesmo em meio ao aumento da vigilância sobre o setor.
Ao deixar para trás uma das campanhas mais lucrativas de sua carreira, Cauã faz mais do que recusar um contrato: lança um sinal de alerta sobre os limites entre fama, publicidade e responsabilidade social.
Com informações do F5