Nas proximidades do Lago Titicaca, um corpo d'água límpido em meio à Cordilheira dos Andes que se acredita ser o local de origem dos incas e que demarca a fronteira entre Peru e Bolívia, uma 'porta' engravada em rocha chama a atenção de viajantes e estudiosos das culturas nativas da América Latina.
É uma porta que se distingue do nível da pedra, cavada com 7 metros de altura e 6,7 metros de largura, cuja existência foi descrita pela primeira vez em 1996 por um guia turístico da região. José Luis Delgado Mamani afirma ter sido "guiado por sonhos" até o local da passagem — que, não obstante, não leva a lugar nenhum.
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A porta tem sido estudada desde então por arqueólogos e antropólogos que acreditam na sua origem entre as civilizações pré-incas, que a podem ter cavado por motivos religiosos, mas que a abandonaram em algum momento — já que ela aparenta não estar "finalizada".
Alguns dizem que as populações anciãs da região inca construíram aquela passagem em que não é possível entrar nem sair para "permitir viagens entre universos alternativos". Outros atribuem sua construção a atividades alienígenas.
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A falta de material orgânico no local e na estrutura rochosa dificulta qualquer tentativa de datação que possa estimar o momento da construção da "passagem", mas estudiosos costumam associá-la a uma antiga cultura sul-americana surgida entre Peru, Chile, Argentina e Bolívia: a civilização Tiwanaku, a "cultura mãe" da América do Sul, surgida ainda antes dos incas no altiplano boliviano, entre 200 a.C. e 1000 d.C.
O povo aimará, que habitou aquela região entre 1150 e 1477, apelidava a estrutura como "Porta do Diabo", dizem alguns especialistas. Eles tratavam o local como um ponto de energia espiritual, e acreditava-se que poderia permitir a conexão com entidades entre a Terra e o plano divino.
O nome do local, Aramu Muru, pode ser retraçado à lenda do homem que leva o mesmo nome, responsável por "batizá-lo": de acordo com o que conta uma história local, Aramu Muru era um sacerdote inca que conseguiu fugir dos colonizadores espanhóis que o capturaram.
Na fuga, levava consigo um objeto sagrado, uma espécie de disco de ouro que costumava ficar no templo Koricancha, um local sagrado em Cusco, no Peru. Reza a lenda que o fugitivo teria usado o objeto para "ativar" a passagem do "Portão do Diabo", e que, com ele, conseguiu 'pular' desta para uma dimensão espiritual.
A porta, que tem um nicho cavado de maneira mais profunda em formato de T, pode ter sido o local de "ativação" do disco de ouro, que também já foi atribuído a uma origem extraterrestre.
Hoje, o local é visitado por entusiastas do mistério e por pessoas que acreditam nas raízes espirituais do monumento.