Arqueólogos descobriram os vestígios de uma antiga cidade egípcia datada do período do Novo Império, com cerca de 3.400 anos, em uma região onde se acreditava que a ocupação só tivesse começado na era helenística.
A cidade, possivelmente fundada por Akhenaton — pai do faraó Tutancâmon — e expandida durante o reinado de Ramsés II, foi identificada no sítio arqueológico de Kom el-Nugus, localizado aproximadamente 43 km a oeste de Alexandria, entre o Mar Mediterrâneo e o Lago Mariout.
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Até então, os estudiosos consideravam que a área só havia sido ocupada a partir de 332 a.C., quando os gregos estabeleceram ali um assentamento. No entanto, a descoberta de tijolos de barro característicos do Novo Império alterou essa percepção, revelando a presença egípcia anterior à fundação grega da região, segundo estudo publicado na revista Antiquity.
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Sylvain Dhennin, arqueólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) e responsável pelas escavações, afirmou que, embora ainda não se saiba a extensão total da cidade, os indícios apontam para uma ocupação significativa e bem planejada. Uma via central estruturada para escoar águas superficiais indica preocupação com a durabilidade das construções frente à erosão.
Entre os achados estão os restos de um templo atribuído a Ramsés II e capelas funerárias ligadas a figuras militares. Esses elementos sugerem que o local pode ter servido como um centro estratégico, com possíveis instalações administrativas e fortificações.
Uma peça de destaque é um selo encontrado em uma ânfora com o nome de Meritaton, filha de Akhenaton e Nefertiti. A presença desse artefato sugere que a região abrigava propriedades reais, como vinhedos protegidos por militares, e reforça a hipótese de que o assentamento remonta ao reinado de Akhenaton, conhecido por sua tentativa de reformar a religião egípcia em torno do culto ao deus solar Aton.
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