Quando tudo parceria esclarecido sobre as mortes de Gene Hackman e sua esposa Betsy Arakawa, uma reviravolta nas investigações intriga a polícia. Novos fatos contradizem as teorias apresentadas anteriormente pelas autoridades.
O premiado ator Hackman, vencedor de dois Oscars, a pianista Betsy e um cachorro da família foram encontrados mortos na residência do casal, em Santa Fé, nos Estados Unidos, no dia 27 de fevereiro.
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Perícia realizada no telefone de Betsy revelou que ela fez três ligações telefônicas para uma clínica médica em 12 de fevereiro, um dia depois da data que a polícia acreditava que ela teria morrido.
O Departamento do Xerife de Santa Fé, em declaração à BBC, agora negou que tenha estabelecido 11 de fevereiro como o dia oficial de sua morte, mas que esta seria a data de suas últimas atividades conhecidas.
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Além disso, Betsy teria trocado e-mails com uma massagista e se dirigido a um mercado, uma farmácia e uma pet shop. Registros da garagem provam que ela voltou para casa às 17h15 daquele dia.
A pianista também tinha uma consulta marcada para o dia 12, mas desmarcou o compromisso no dia 10. Ela justificou à clínica Cloudberry Health, especializada em atendimento médico do tipo concierge (serviços personalizados), que precisava ficar em casa para cuidar do marido.
Betsy havia reclamado, por telefone, de congestão. “No entanto, ela não mencionou sofrimento respiratório, falta de fôlego ou dor no peito”, declarou o médico Josiah Child, proprietário da clínica, também em entrevista à BBC.
A esposa de Hackman ainda telefonou três vezes, na manhã do dia 12. Ela queria receber orientações remotas sobre como se tratar. Porém, como não havia passado por uma avaliação que estabelecesse sua condição, Betsy foi aconselhada a comparecer para uma consulta, que tentou marcar nas demais ligações.
A clínica chegou a telefonar para ela diversas vezes durante a tarde para confirmar o agendamento, mas ela não atendeu.
Autópsia questionada
Outro fato novo é que o resultado da autópsia está sendo questionado por médicos. O próprio proprietário da clínica, Josiah Child, achou estranho que Betsy tenha morrido por infecção pulmonar por hantavírus.
“Não sou especialista em hantavírus, mas a maioria dos pacientes que tem este diagnóstico morre no hospital. É surpreendente que a sra. Hackman tenha falado com minha clínica no telefone no dia 10 de fevereiro e, de novo, no dia 12 de fevereiro, e não estivesse em aparente sofrimento respiratório”, afirmou Child, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
Outro médico de Los Angeles, que optou por não se identificar, foi na mesma linha. “Profissionais da área de saúde estão coçando a cabeça por causa do hantavírus [apontado] como a causa da morte”.
Família ingressa na Justiça
A família de Hackman ingressou na Justiça para bloquear a divulgação do resultado da autópsia do casal. A alegação é que o laudo e detalhes da investigação devem ser protegidos do interesse da imprensa internacional a respeito das mortes.
As fotos dos corpos já tinham sido proibidas de divulgação por ordem emitida dias antes, de acordo com informações do The New York Post.
Uma fonte anônima, próxima à investigação, afirmou ao tabloide britânico The Sun que é comum proteger a imagem do falecido, mas nunca tinha ouvido falar em sua carreira de uma família que bloqueasse o resultado da autópsia nos tribunais do Novo México.
“Como aconteceu com os Hackmans, a família de Michael Jackson bloqueou as fotos da autópsia de Tito Jackson, e no caso do tiro de Alec Baldwin em Halyna Hutchins, a família dela fez o mesmo. No entanto, bloquear o laudo da autópsia é muito incomum”, analisou a fonte.
Pelo menos até o momento, os novos detalhes da investigação não mudaram as conclusões a respeito da morte do ator. Gene Hackman teria morrido no dia 18 de fevereiro, cerca de uma semana após Betsy, por insuficiência cardíaca. Essa informação foi obtida por meio de seu marca-passo. Ele sofria de doença de Alzheimer e é possível que não estivesse ciente da morte da esposa.
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