Os europeus antigos, que habitaram o continente durante o período conhecido como Idade do Ferro [que compreende 1.200 a.C. a 550 a.C], tinham características fenotípicas muito diferentes dos atuais, nota um artigo disponível para pré-publicação no periódico bioRxiv, conduzido por pesquisadores da Universidade de Ferrara, na Itália.
O estudo, feito com amostras de 34 países da Europa Ocidental e da Ásia e teve resultados surpreendentes.
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As descobertas apontam que os indivíduos mais antigos do continente europeu tinha uma pele mais pigmentada do que os modernos, e, usando o sistema HIrisPlex-S, capaz de projetar amostras de DNA em traços fenotípicos usando análises forenses, pôde-se estimar a cor de seus olhos, cabelo e pele, relatam os pesquisadores.
De acordo com o estudo, os primeiros Homo sapiens, que chegaram à Europa entre 50 mil e 60 mil anos atrás, ainda não haviam se distanciado tanto, em termos de DNA, de seus ancestrais próximos em África.
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Isso significa que sua genética envolvia pele, olhos e cabelos escuros, que tornaram-se mais claros à medida que traços novos emergiram em populações mais "jovens", entre 14 mil e 3 mil anos atrás, após uma dispersão maior pelos territórios da Europa.
Em um mapa projetado pelos pesquisadores, é possível ver a intensidade da ocorrência dos diferentes fenótipos ao longo dos territórios, de acordo com seu período e taxa de habitação, ao longo do continente.
Para Carles Lalueza Fox, paleontólogo geneticista baseado no Instituto de Biologia Evolucionária de Barcelona, foi uma "surpresa" descobrir que alguns indivíduos europeus "herdaram genes para uma pigmentação mais escura até o período da Idade do Ferro", que é "relativamente recente em termos genéticos", explica à revista Live Science.
Ao longo do tempo, a emergência de traços fenotípicos mais "claros" podem ter significado uma vantagem evolutiva conforme os indivíduos migravam para diferentes regiões da Europa, diz Fox, o que pode explicar a "transição" fenotípica avistada nos europeus modernos.