ARQUEOLOGIA

Este é o fragmento de rosto mais antigo do gênero Homo já encontrado na Europa Ocidental

O rosto encontrado, o mais antigo de que se tem nota, pertencia a um indivíduo da espécie Homo aff. erectus, que viveu na África, considerado um dos primeiros membros do gênero Homo

Reconstrução de Homo sapiens.Créditos: Museu de Londres
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Um artigo publicado nesta quarta-feira (12) na revista Nature narra a descoberta, feita por pesquisadores do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES-CERCA), do fragmento de rosto humano mais antigo já encontrado em toda a Europa Ocidental, datado entre 1,1 milhão e 1,4 milhão de anos atrás. 

De acordo com os pesquisadores, o fragmento indica a presença de diferentes espécies de hominídeos que habitaram a região europeia durante o Pleistoceno [ocorrido entre 2,59 milhões e 11,7 mil anos atrás], marcado por períodos alternados de gelo e degelo da Terra, e de grande relevância para compreender as sucessivas evoluções do gênero humano e suas inovações tecnológicas.

O rosto encontrado, o mais antigo de que se tem nota, pertencia a um indivíduo da espécie Homo aff. erectus, que viveu na África, considerado um dos primeiros membros do gênero Homo.

O reminiscente foi encontrado em Sima del Elefante, sítio arqueológico parte do conjunto da serra de Atapuerca, na Espanha, entre outras evidências de instrumentos primitivos feitos de pedra, ossos animais e outros artefatos rudimentares, que sugerem o uso, por esses indivíduos, de tecnologias específicas para sua sobrevivência na região.

Fragmento de mandíbula - ATE7-1. Créditos: Nature

As características avistadas no fragmento facial, classificado como ATE7-1, revelaram uma estrutura nasal diferente daquela avistada nos gêneros Homo seguintes, com um desenvolvimento considerado inferior e um rosto de formato mais achatado.

No sítio vizinho, Gran Dolina, uma outra descoberta de reminiscente “humano”, datado de 900 a 800 mil anos atrás, revelou mais uma espécie de hominídeo, desta vez pertencente a uma população distinta de indivíduos: o Homo antecessor, que pode ter sido parte de uma sobreposição da população residual do H. aff. erectus após sua "chegada" na região. 

"Os restos de hominídeos dos sítios Sima del Elefante e Gran Dolina revelam a presença de duas espécies distintas na Europa do Pleistoceno Inferior", conta o artigo, e podem ajudar a esclarecer os padrões de ocupação de uma época pouco conhecida, com "informações cruciais sobre os europeus mais antigos, durante um período pouco compreendido da evolução dos hominídeos".

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