O cantor e compositor Milton Nascimento foi indicado ao prêmio Grammy pelo álbum “Milton + Esperanza”, na categoria de Melhor Álbum Vocal de Jazz. O álbum traz várias canções de Milton, de Spalding e também de outros compositores, inclusive “A Day in The Life”, de Lennon e McCartney e “Earth Song”, de Michael Jackson.
Na última segunda-feira (27), Milton compartilhou um vídeo em que afirma que iria para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde participaria do Grammy 2025, neste domingo (2). Entusiasmado, nosso Bituca afirmou ainda:
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“Oi, pessoal! Acabei de entrar nesse avião para ir a Los Angeles concorrer ao Grammy Awards. Conto com a torcida de todos vocês”, disse ele na gravação.
Já na legenda, ele ainda afirmava confiante: “Espero trazer esse prêmio para o Brasil!”
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Milton e Esperanza perderam o Grammy 2025 para o disco “A joyful holiday”, de Samara Joy. Não há problema algum, vencer e perder faz parte do jogo. O que absolutamente fica fora de qualquer parâmetro de respeito foi o tratamento dispensado ao cantor e compositor brasileiro. Ele foi impedido de entrar no salão principal da premiação.
O desrespeito foi tanto que a própria Spalding, que estava sentada em uma das mesas, levou uma foto do Milton com a frase: “This living legend shoud be seated here”. Em tradução livre, “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui”.
MIlton, uma lenda mundial
É importante ressaltar que Milton Nascimento não é uma lenda apenas por aqui. Ele já gravou com vários músicos importantes de todo o planeta, entre eles o compositor e saxofonista norte-americano Wayne Shorter (1933 – 2023), no álbum “Native dancer”, de 1975.
Além disso, Milton já venceu o Grammy em 1998 na categoria Melhor álbum de World Music pelo disco “Nascimento” (1997).
Qual então seria, afinal, a razão para a total falta de atenção com ele por parte da organização do Grammy? A resposta está, muito provavelmente, na própria pergunta. Falta de atenção. Só pode ter sido um erro sem precedentes de algum funcionário desinformado. Até o momento, ninguém relacionado ao prêmio se manifestou com relação à tremenda falta com o cantor brasileiro. E provavelmente ninguém o fará.
No mais, fica estampado para a posteridade o desprezo que os vizinhos do Norte sempre dispensam ao povo latino de maneira geral. No dia de sua posse, o presidente americano Donald Trump respondeu à repórter da TV Globo, Raquel Krähenbühl, sobre a relação dos EUA com o Brasil e a América Latina:
"A relação é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós", disse.
Os norte-americanos, assim como nós e todos os povos do planeta, são capazes de formar e entregar ao mundo artistas excelentes, geniais. Nunca, no entanto, conseguiram e jamais conseguirão produzir um Milton Nascimento. Jamais.