WALTER SALLES

Walter Salles diz ser “emocionante” ato na casa de general do DOI-Codi

Autor de “Ainda estou aqui” falou sobre esculacho promovido pelo Levante da Juventude contra José Antônio Nogueira Belham, suspeito na morte de Rubens Paiva

Fernanda Torres e Walter Salles.Créditos: Reprodução de vídeo
Escrito en CULTURA el

Walter Salles, diretor do filme "Ainda Estou Aqui", considerou “importante e emocionante” o esculacho promovido nesta segunda-feira (24), pelo Levante Popular da Juventude na porta da casa do ex-general José Antônio Nogueira Belham, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O ex-general é acusado de participar do sequestro, tortura e morte do ex-deputado Rubens Paiva, tema central de seu filme, que conseguiu três indicações ao Oscar.

"Que importante e emocionante essa manifestação. A sociedade civil se manifestando livremente contra aquilo que é inaceitável e se fortalecendo, algo fundamental. Vou enviar para a família Paiva", disse o cineasta à coluna de Mônica Bergamo, na Folha.

A manifestação

Cerca de 100 jovens do grupo Levante Popular da Juventude se reuniram por volta das 7h desta segunda-feira (24) para um protesto em frente à casa de José Antônio Belham, ex-general reformado do exército, líder do DOI-CODI na ditadura e envolvido na tortura, desaparecimento e morte de Rubens Paiva.

“Estamos aqui hoje, como estivemos em 2012, para denunciar não apenas os crimes cometidos durante a ditadura militar, mas também a impunidade de torturadores e assassinos. Reivindicar o passado é essencial para que a história não seja esquecida nem se repita. Seguimos exigindo justiça por Rubens Paiva, em nome de todos os familiares e vítimas dos crimes da ditadura, para que a Lei da Anistia não se aplique a crimes contra a humanidade, como tortura, assassinato e desaparecimento. Além disso, defendemos que aqueles que atentam contra a democracia e que cometeram tais crimes devem ser expulsos das forças armadas do Brasil e desligados da administração pública” , afirmou Daiane Araújo, vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), que participava da manifestação.

Organizador do ato, o Levante esteve nesse mesmo endereço em maio de 2012, exigindo a instalação da Comissão Nacional da Verdade.

Dessa vez, o movimento reivindica justiça para Rubens Paiva e que a Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) não se aplique a crimes como assassinatos, torturas e ocultação de cadáver.

A principal mensagem dos jovens foi: Ainda estamos aqui! Além da denúncia, é reivindicado a responsabilização e a devida punição do ex-general pelos crimes cometidos durante a ditadura militar brasileira. 

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar