DITADURA

Lula chama Hugo Motta para assistir Ainda Estou Aqui; governo se solidariza com Marcelo Rubens Paiva

Um dia após a agressão ao escritor, que narrou história da família após assassinato do pai no livro que deu origem ao filme, Lula promove sessão no Planalto.

Lula e Janja com Fernanda Torres e Marcelo Rubens Paiva com Alessandra Negrini no Baixo Augusta.Créditos: Ricardo Stuckert PR / Eduardo Knapp Folhapress
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Um dia após a agressão covarde a Marcelo Rubens Paiva, provavelmente por um apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula convidou ministros e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para assistirem ao filme Ainda Estou Aqui na sala privativa do Palácio da Alvorada. A sessão será na noite desta segunda-feira (24).

Motta, que em entrevista recente afirmou que só o judiciário poderá dizer se o 8 de Janeiro de 2023 foi parte de uma tentativa de golpe, confirmou ao portal G1, da Globo, que participará da sessão. O presidente da Câmara também já sinalizou que pode colocar em pauta o PL da Anistia, condição de Bolsonaro para ceder o apoio da base bolsonarista à eleição de Motta.

O filme, que concorrer ao Oscar, é baseado no livro de Marcelo e conta a história da família após o pai, o deputado Rubens Paiva, ser assassinado pela Ditadura Militar.

Com o sucesso do filme, que vem conquistando premiações por todo mundo e passou a ser favorito ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o escritor, de 65 anos e cadeirante, passou a ser hostilizado por bolsonaristas e foi alvo de agressão antes do desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta neste domingo (23).

Na manhã desta segunda, o governo Lula, por meio do Ministério da Cultura, divulgou nota se solidarizando com Marcelo Rubens Paiva.

"O Ministério da Cultura (MinC) se solidariza ao escritor Marcelo Rubens Paiva. O autor de, entre outras importantes obras, o livro Ainda Estou Aqui – que inspirou filme homônimo, indicado a três categorias do Oscar - foi alvo de um ataque covarde na tarde deste domingo (23), durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, na região central de São Paulo", diz o texto.

"Em 2025, o bloco escolheu homenagear a obra que retrata um triste episódio da história do país. Apesar disso, a mensagem transmitida era de alegria, respeito e inclusão, tendo Marcelo, que é cadeirante, como porta-estandarte", emenda a nota.

Ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes também se pronunciou sobre o ocorrido.

“É triste receber a notícia que Marcelo, usando uma máscara da atriz Fernanda Torres, e durante os vários motivos que temos para comemorar sua vida, resistência e obra, tenha sido alvo dessa situação. Nós, do Ministério da Cultura, repudiamos todo e qualquer ato de violência e nos solidarizamos com esse grande nome da nossa história e cultura. Seguir no festejo, só mostra sua grandeza e força”, afirmou a ministra.

"O MinC espera que esse triste episódio seja um caso isolado e que todas as pessoas sejam capazes de aproveitar essa festa de todos e para todos com alegria e respeito", conclui o texto.

Marcelo Rubens Paiva e Alessandra Negrini no Baixo Augusta (Eduardo Knapp/Folhapress)


 

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