A atriz Zoe Saldaña rompeu o silêncio e falou sobre os tuítes racistas e xenofóbicos de Karla Gascón, com quem divide o protagonismo do filme "Emilia Pérez". As declarações da atriz ocorreram na noite de sexta-feira (1) durante um evento da campanha do longa ao Oscar 2025.
Saldaña afirmou que ainda está "processando" tudo o que aconteceu nos últimos dias. "Ainda estou processando tudo o que aconteceu nos últimos dias e estou triste. Isso me deixa muito triste porque não apoio [isso] e não tenho tolerância para qualquer retórica negativa em relação a pessoas de qualquer grupo", declarou durante evento em Londres.
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Em seguida, Saldaña ressaltou a experiência em torno do filme. "Só posso atestar a experiência que tive com cada indivíduo que fez parte deste filme, e minha experiência e minhas interações com eles foram sobre inclusão, colaboração e equidade racial, cultural e de gênero. E isso me entristece. Entristece-me que estejamos tendo que enfrentar esse revés agora", disse.
Posteriormente, Zoe Saldaña agradeceu ao público que ainda continua a apoiar "Emilia Pérez". "Mas estou feliz que todos vocês estejam aqui e que todos ainda estejam aparecendo para Emilia, porque a mensagem que este filme tem é tão poderosa, e a mudança que ele pode trazer para as comunidades que são marginalizadas dia após dia é importante. E tudo o que posso atestar é que todos nós que nos unimos para contar essa história, nos unimos por amor, respeito e curiosidade, e continuaremos a espalhar essa mensagem. Isso é tudo o que podemos dizer agora. Obrigado", concluiu.
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Karla Gascón fala sobre tuítes racistas e choca Hollywood
Em Hollywood, não se fala em outra coisa: os tuítes racistas, xenofóbicos e negacionistas da atriz Karla Gascón, a protagonista de Emília Pérez. Publicações como Variety e IndieWire já classificam o acontecimento como o "escândalo Emília Pérez".
Além disso, os principais articulistas dos meios de comunicação especializados em cinema afirmam que todo o escândalo em torno de Karla Gascón e do filme Emília Pérez coloca o júri da Academia em uma situação complicada, pois o objetivo da Academia é fazer do Oscar 2025 uma resposta à tirania de Donald Trump... Como fazer isso e premiar um filme que possui pessoas envolvidas que pensam na mesma linha que o novo presidente dos EUA?
Diante de tamanha pressão, Karla Gascón rompeu o silêncio e falou com o The Hollywood Reporter, a principal publicação sobre a indústria do cinema dos EUA. Gascón se vitimizou e afirmou ser alvo de uma "campanha de ódio".
"Sinto muito, mas não posso mais permitir que essa campanha de ódio e desinformação afete a mim e à minha família [...] Fui ameaçada de morte, insultada, abusada e assediada até a exaustão. Tenho uma filha maravilhosa para proteger, a quem amo loucamente e que me apoia em tudo", declarou Gascón ao The Hollywood Reporter.
Ao IndieWire, Gascón afirmou que suas publicações foram tiradas de contexto. "Tirar minhas palavras do contexto ou manipulá-las para me machucar é algo pelo qual não sou responsável. Perdoe-me porque continuo indo de um lado para o outro e não posso responder a cada coisa que você traz à tona para tentar me afundar", disse.
Oscar toma atitude radical contra Karla Gascón após tuítes racistas
A equipe da Netflix que cuida da campanha do Oscar do filme Emília Pérez deve estar no mais profundo desespero neste momento, pois, com a descoberta de publicações racistas, xenofóbicas e negacionistas da atriz Karla Gascón, que protagoniza o longa, uma crise se instaurou em Hollywood, a qual já é classificada pela imprensa como o “escândalo Emília Pérez”.
Para além das publicações em que Karla Gascón ataca a presença de árabes na Espanha, seu país, e faz ataques racistas e negacionistas, a atriz também criticou a política de diversidade do Oscar, que, nos últimos anos, premiou filmes de língua não inglesa.
"Mais e mais, o Oscar parece se tornar uma competição de filmes independentes e de protestos. Eu não sei se estou assistindo a um festival afro-coreano ou a uma demonstração do Black Lives Matter ou do dia das mulheres", escreveu Karla Gascón.
Como se sabe, a Academia do Oscar, apesar de ser discreta, acompanha tudo de perto e, ao tomar conhecimento das críticas de Karla Gascón contra a sua política de diversidade – ainda mais neste momento em que Trump prega uma cruzada contra estrangeiros e imigrantes –, tomou uma atitude radical que pode ser lida de muitas maneiras: deixou de seguir Gascón no Instagram.
Publicações como Variety e IndieWire afirmam que esse escândalo é a ruína de Emília Pérez, pois, argumentam as publicações: como a Academia vai fazer da sua edição 2025 uma resposta a Trump consagrando um filme cuja atriz protagonista possui as mesmas opiniões que o presidente de extrema direita dos EUA?
Atriz que atacou Fernanda Torres toma atitude drástica após tuítes racistas serem expostos
Se em um primeiro momento a atriz Karla Gascón dominou as manchetes por ser a primeira mulher transexual a disputar o Oscar de Melhor Atriz, nos últimos dias os fatos que a levaram a ser notícia não são bons.
Tudo começou quando ela deu uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo e disparou uma série de ataques contra a atriz Fernanda Torres e a equipe de Ainda Estou Aqui. A atriz espanhola, em um primeiro momento, acusou os brasileiros de promoverem ódio contra ela e o filme Emília Pérez, o qual protagoniza.
No entanto, após ser pressionada nas redes e pela imprensa dos EUA, ela voltou atrás e disse que foi mal interpretada e que não tinha falado sobre Fernanda Torres ou qualquer pessoa envolvida no filme Ainda Estou Aqui, mas que, na verdade, se referia aos internautas brasileiros, que tinham uma atitude "tóxica".
Porém, na tarde de quinta-feira (30), uma série de tuítes antigos de Karla Gascón foram resgatados, e o conteúdo deles chocou os expectadores e votantes da Academia do Oscar: as publicações continham conteúdos racistas, xenofóbicos e negacionistas. Entenda mais abaixo.
Karla Gascón soltou um pedido de desculpas a "todos aqueles que se sentiram ofendidos". Porém, não funcionou, e a própria imprensa estadunidense classificou o pedido de desculpas como "uma carta burocrática". E mais tuítes problemáticos da atriz começaram a surgir.
Com a situação completamente fora de controle, a atriz Karla Gascón tomou uma atitude drástica nesta sexta-feira (31): deletou o seu perfil no X. Críticos especializados em Oscar afirmam que a atitude da artista tirou qualquer possibilidade de ela receber o Oscar de Melhor Atriz e que isso também pode respingar nas premiações do filme. Isso saberemos no dia 2 de março, quando acontece a cerimônia do Oscar 2025.
Posts racistas de atriz que atacou Fernanda Torres são expostos nas redes
A situação da atriz Karla Gascón não está boa. Depois de atacar Fernanda Torres e acusar a equipe de Ainda Estou Aqui de promover ódio contra ela, Gascón foi pressionada pela imprensa e voltou atrás, afirmando que se referia aos usuários brasileiros das redes sociais e não às pessoas envolvidas na produção do filme dirigido por Walter Salles.
Porém, na tarde desta quinta-feira (30), uma série de tuítes antigos da atriz começaram a ser divulgados. O problema? As publicações contêm textos xenofóbicos, negacionistas e críticas à Academia do Oscar por promover a diversidade. Além disso, em uma das publicações, Gascón afirma que George Floyd "era usuário de drogas", o que é mentira.
"Eu realmente acho que pouquíssimas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos. Estão todos errados", escreveu Karla Gascón.
Sobre a diversidade no Oscar, Karla Gascón escreveu: "Mais e mais, o Oscar parece se tornar uma competição de filmes independentes e de protestos. Eu não sei se estou assistindo a um festival afro-coreano ou a uma demonstração do Black Lives Matter ou do dia das mulheres".
Sobre a vacina chinesa de combate ao coronavírus: "A vacina chinesa, além do chip obrigatório, vem com dois rolinhos primavera, um gato que mexe a mão, 2 flores de plástico, uma lanterna pop-up, 3 linhas telefônicas e um euro para sua primeira compra controlada."
A atriz, que é espanhola, também atacou muçulmanos: "Desculpe, é só impressão minha ou há mais muçulmanos na Espanha? Toda vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias abaixadas até os calcanhares. Ano que vem, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe."
Karla Gascón também não gosta de chineses: "Estou farta que toda vez que vou buscar uma notícia importante no Twitter, eu recebo 200 dos malditos chineses do BTS…"
Pouco antes de fechar esta matéria, a revista Variety, uma das principais publicações de cultura dos EUA, afirmou que as atitudes e valores do diretor de Emilia Pérez, Jacques Audiard, e da atriz Karla Gascón, bem como todas as polêmicas em torno do filme, devem servir de alerta para a Academia, pois, desde o começo, mexicanos chamaram a atenção e criticaram o longa, que narra uma história sobre o México, mas foi gravado na França e não conta com atores mexicanos... ou seja, o caráter racista da atriz e do diretor também compõem o longa-metragem, que, a essa altura, pode ter perdido seu favoritismo no Oscar 2025. A conferir.