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Franz Kafka - 141 anos: Conheça história de um dos escritores mais influentes da literatura

Autor theco conhecido pela obra clássica “A Metamorfose”, inspirou autores como Albert Camus, Gabriel García Márquez e George Orwell

Escritor theco Franz Kafka.Créditos: Wikimedia Commons
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Esta quarta-feira (3) marca o 141º aniversário de nascimento de Franz Kafka, um dos escritores mais influentes do século XX. Nascido em Praga, na época parte do Império Austro-Húngaro, Kafka escreveu obras que exploram as profundezas da alma humana e da sociedade moderna, tecendo narrativas impregnadas de alienação, angústia e surrealismo. 

Embora tenha falecido precocemente aos 40 anos, vítima da tuberculose, e com apenas alguns livros publicados em vida, Kafka deixou um legado literário colossal. A Metamorfose, O Processo e O Castelo são apenas alguns exemplos de seus trabalhos que se tornaram pilares da literatura mundial, influenciando gerações de autores, críticos e estudiosos. Nomes como Albert Camus, Gabriel García Márquez, George Orwell e Jorge Luis Borges beberam da fonte inesgotável de sua obra, reconhecendo a profunda influência de suas ideias.

Quem foi Kafka

Nascido em 3 de julho de 1883 em Praga, então parte do antigo Império Austro-Húngaro e hoje na República Tcheca, Kafka era filho de Julie Kafka e Hermann Kafka, um próspero comerciante judeu. Criado em um ambiente que mesclava influências das culturas judaica, tcheca e alemã, sua infância e adolescência foram moldadas pela forte presença paterna, cujo foco estava exclusivamente no sucesso material.

Formado em Direito na Universidade de Praga, ele trabalhou como funcionário burocrata em uma companhia de seguros, imerso no mundo metódico e burocrático que controla informações das pessoas sem seu conhecimento. Sua escrita, marcada pela questão da subserviência involuntária, a impotência cidadã, a alienação e a brutalidade do poder, refletiu seu desejo constante de dedicar mais tempo à sua vocação literária do que ao emprego.

Após concluir seus estudos, Franz Kafka iniciou sua carreira como inspetor de acidentes de trabalho em uma companhia de seguros. Apesar de demonstrar competência profissional, Kafka permanecia insatisfeito devido à impossibilidade de se dedicar plenamente à sua atividade literária, algo que almejava desde os tempos de estudante, quando participava dos círculos literários e políticos da pequena comunidade judaica, onde encontrava ideias e atitudes críticas e inconformistas às quais se identificava.

Em seus escritos, Kafka reflete um profundo medo, um tema constante que permeia seus personagens, refletindo seu próprio isolamento e rebeldia, marcados por uma vida emocional conturbada. Intimidado pela severa educação paterna e pelas relações amorosas frustradas, Kafka encontrava felicidade apenas na ausência da figura paterna, embora essa felicidade fosse permeada por sobressaltos e temores.

A Metamorfose

Publicado em 1915, "A Metamorfose" é a obra que catapultou o autor checo ao cânone literário. A narrativa gira em torno de Gregor Samsa, um trabalhador comum e dedicado à família, cuja vida sofre uma transformação drástica ao acordar e descobrir que se transformou em... uma barata. Explorando dilemas existenciais, o livro instiga o leitor a questionar se o pior pesadelo poderia se materializar na realidade ao longo das páginas.

O Processo

No centro da história de Josef K. está o tormento de acordar e descobrir que foi processado, sem entender por quê. Dois agentes lhe oferecem a liberdade condicional sob a condição de confessar um crime - mas qual crime? - e submeter-se à burocracia institucional que invade sua vida cotidiana. Na busca desesperada por entender seus supostos erros, Josef K. explora todas as camadas do sistema jurídico. 

O Castelo

O romance centraliza-se em K, protagonista que compartilha o nome com "O Processo", encarregado de uma tarefa no castelo, mas nunca conseguindo acessá-lo. Esta incapacidade de cumprir sua missão e alcançar seu destino evoca um pesadelo persistente, ecoando temas existenciais semelhantes aos de "A Metamorfose". Considerada uma das obras mais significativas de Kafka, o livro foi comparado ao "Fausto" de Goethe como uma obra-prima do século 20.

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