A encenação feita por drag queens na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, na última sexta-feira (26) gerou revolta entre conservadores por, supostamente, fazer referência ao famoso quadro "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci, que retrata Jesus Cristo e seus 12 apóstolos.
O fato de pessoas queer representarem uma cena cultuada pelo cristianismo foi vista por setores da igreja católica e evangélica como uma "blasfêmia" contra as religiões.
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A performance, entretanto, não fez referência à pintura "A Última Ceia", mas sim a outra obra que de cristã não tem nada. Tratou-se, na verdade, de uma releitura do quadro "Festa dos Deuses", de Jan Harmensz van Bijlert, pintado por volta de 1635 e mantido no Museu Magnin em Dijon.
A obra traz elementos da mitologia cultura greco-romana, particularmente ao culto de Baco (ou Dionísio, como é conhecido na mitologia grega). Baco (nome romano) ou Dionísio (nome grego) é o deus do vinho, da fertilidade, do teatro e das festividades. Ele é frequentemente representado em cenas de celebração, que refletem os festivais e os ritos em sua honra, conhecidos por serem alegres e exuberantes.
No centro da mesa da encenação, portanto, a drag queen não representava Jesus Cristo, mas sim o deus Apolo coroado. Em primeiro plano, pintado de azul, um ator interpreta Baco/Dionísio.
Veja a comparação do quadro com a encenação:
Quem deu o esclarecimento sobre a performance confundida com o quadro de Leonardo da Vinci foi o próprio perfil oficial dos Jogos Olímpicos de Paris nas redes sociais.
"A interpretação do deus grego Dionísio nos conscientiza do absurdo da violência entre os seres humanos", diz a publicação.