O menino João Filipe, de seis anos, diagnosticado dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos três, emocionou a plateia e o maestro João Carlos Martins, ao reger a Orquestra Bachiana Filarmônica na peça 'Pequena Serenata Noturna', de Mozart.
João Carlos Martins, regente oficial da Orquestra Bachiana do Sesi-SP, que também tem uma longa história de superação, se emocionou após a apresentação de João Filipe no palco. No final, o menino foi aplaudido de pé pelo público e chorou muito. O maestro também não se conteve.
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"João Filipe demonstrou o poder da música. E eu percebi que ele não esperava essa reação do público. Quando ele viu a reação, aí não era só o coração, tocou em todo o corpo dele", disse João Carlos Martins.
A partir desta semana, segundo o maestro, o menino vai iniciar os estudos de música clássica e que será monitorado por ele.
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"Esse menino vai fazer história no Brasil", afirmou.
Hiperfoco em música
Antes mesmo do diagnóstico em TEA, João Filipe já mostrava um hiperfoco em música, ou seja, um interesse intenso e específico no tema, contaram os pais. "No dia que no que meu pai colocou uma orquestra pra ele ver, ele se apaixonou. E, desde então, lá em casa é música clássica de manhã, de tarde e de noite", contou ao g1, Filipe Dantas, pai do menino.
"Ele é apaixonado por isso, tem esse sonho de ser maestro, então é uma coisa que a gente quer investir", disse ainda o pai.
João Carlos Martins conheceu o menino durante uma apresentação em Natal (RN), terra dele:
"Me falaram que ele tinha intuição musical, eu chamei-o no palco, comecei a tocar 'Ária da quarta Corda' [de Bach], e ele fez o gesto direitinho. Quinze dias depois, eu mandei uma gravação da 'Pequena Serenata Noturna', de Mozart, e disse para o pai dele: 'Veja se ele experimenta reger isso'. Uma semana depois, o pai me mandou ele regendo com a gravação", contou o maestro João Carlos Martins.
Ao ver aquilo, o maestro convidou João Filipe para se apresentar com ele em São Paulo.
"Eu falei: 'Eu vou fazer uma coisa que talvez não aconteceu - no Brasil certamente - talvez no planeta. Um menino [regendo]'. Isso é porque nós queremos quebrar tabus, adversidades", disse o maestro.
Veja o vídeo abaixo: