O ano era 1944. Uma mulher negra chamada Rosetta Tharpe gravou “Strange Things Happening Every Day”, considerado o primeiro rock and roll gravado em estúdio na história.
Anos depois, a história desta senhora que dominava vocal e guitarra como poucos, segue relativamente desconhecida dentro da cultura.
Muitos seguem atribuindo a figuras como Chuck Berry, Elvis Presley, Bill Haley e Little Richard a origem do rock and roll nos anos 1950.
Mas anos antes, Sister Rosetta Tharpe já dominava e tinha gravado o rock and roll e, curiosamente, no campo da música gospel.
Nascida em 20 de março de 1915, em Cotton Plant, Arkansas, Tharpe foi uma cantora e guitarrista cujas inovações musicais lançaram as bases para o rock'n'roll.
Ouça Strange Things Happening Every Day, em sua gravação de 1944:
Rosetta Tharpe cresceu imersa na música gospel, e suas apresentações em igrejas cristãs afro-americanas moldaram seu estilo único.
Com uma habilidade extraordinária na guitarra elétrica, Tharpe mesclou o gospel com o rhythm and blues, criando um som que mais tarde seria reconhecido como rock'n'roll.
Duvida da energia dela e de suas habilidades na guitarra elétrica? Ouça e veja com seus próprios olhos:
Apesar de sua influência indiscutível, a contribuição de Tharpe foi amplamente negligenciada pela indústria musical durante grande parte de sua vida e por décadas após sua morte, em 1973.
Apenas recentemente seu legado começou a receber o devido reconhecimento. Em 2018, Rosetta Tharpe foi finalmente incluída no Hall da Fama do Rock and Roll, uma homenagem tardia mas merecida.
Rosetta Tharpe não foi apenas uma inovadora musical; ela também quebrou barreiras raciais e de gênero, em uma época de segregação e discriminação.
Sua história é um lembrete poderoso de que o rock'n'roll, em sua essência, é um gênero construído sobre a diversidade e a superação de adversidades e não é coisa de reaça e racista.