O dia 12 de junho marca o aniversário do nascimento (1929) de Anne Frank, a jovem escritora judia de origem em Frankfurt, Alemanha. A conhecida história da menina que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que precisava viver escondida com sua família e expressava seus sentimentos e desabafos sobre a guerra em um caderno pessoal, inspirou o mundo na luta contra o fascismo, além de escancarar a brutalidade de regimes totalitários.
Anne Frank, filha de Otto Frank e Edith Holländer Frank, ambos judeus, deixou a Alemanha com sua família em 1933 para escapar das leis antissemitas de Hitler. A família se estabeleceu na Holanda, onde Otto assumiu o cargo de diretor administrativo de uma empresa produtora de ingredientes para geleia. Anne e sua irmã Margot frequentaram a escola Montessori antes de ingressarem no Liceu Israelita.
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Em meio ao caos da Segunda Guerra, a Holanda caiu sob o domínio nazista em maio de 1940. Este período sombrio foi marcado por severas restrições impostas aos judeus, incluindo a obrigatoriedade de usar uma estrela amarela para identificação e a proibição de participar de atividades cotidianas, como andar de bonde ou frequentar locais de entretenimento.
Diário foi um ato de resistência
Em um ato de resistência silenciosa, Anne Frank, que completou 13 anos em 12 de junho de 1942, começou a documentar sua vida em um diário. Este documento se tornaria um testemunho poderoso dos horrores do nazismo e da resiliência do espírito humano.
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Em 9 de julho de 1942, a família de Anne Frank, juntamente com outros quatro judeus, encontrou refúgio em um esconderijo secreto situado na Prinsengrecht, 263, nos fundos da fábrica onde Otto Frank, o pai de Anne, trabalhava. Eles permaneceram nesse local até 4 de agosto de 1944, vivendo em constante medo de serem descobertos.
O diário de Anne Frank, escrito durante esse período, revela os conflitos internos de uma adolescente e a tensão de viver escondida. Ela descreve a luta pela sobrevivência com alimentos armazenados, a ajuda recebida de amigos, o terror da guerra e dos bombardeios, e a ameaça constante de serem descobertos e mortos.
Em uma manhã de 4 de agosto de 1944, o refúgio secreto da família de Anne Frank foi descoberto pela Gestapo. As oito pessoas escondidas foram arrancadas de seu esconderijo e levadas para uma prisão em Amsterdã, antes de serem transferidas para Westerbork, um campo de triagem.
Em 3 de setembro, eles foram deportados para Auschwitz, na Polônia. Edith Frank, mãe de Anne, sucumbiu à fome e à exaustão em Auschwitz-Birkenau em 6 de janeiro de 1945. Anne e sua irmã Margot foram posteriormente transferidas para Bergen-Belsen, um campo de concentração perto de Hannover, na Alemanha. Uma epidemia de tifo, exacerbada pelas terríveis condições de higiene, ceifou a vida de milhares de prisioneiros, incluindo Margot e, alguns dias depois, Anne, aos 15 anos de idade.
Pai publicou os escritos da filha
O diário de Anne Frank foi descoberto por Miep Gies e Bep Voskuijl. Ambas eram secretárias que trabalhavam no prédio que abrigava o esconderijo da família Frank. Após a descoberta, elas entregaram o diário a Otto Frank, o único sobrevivente dos oito capturados. Após uma jornada árdua, o pai de Anne Frank conseguiu publicar os escritos de sua filha em 1947, sob o título “O Diário de Anne Frank”.
A obra alcançou a vendagem impressionante de 30 milhões de cópias globalmente e foi traduzida para 70 línguas. Além disso, a trágica conclusão do diário de Anne é retratada na primeira adaptação cinematográfica “O Diário de Anne Frank” (1959), dirigida por George Stevens.
A produção, como o título sugere, tem como objetivo trazer à vida as palavras escritas por Anne em seu diário durante esse período, e ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1960.
Filme dublado completo, de 1959