STAR WARS

Star Wars – George Lucas defende o uso e a regulação da IA: “inevitável”

Diretor e produtor, que vendeu a Lucasfilm e os direitos de suas histórias para os estúdios Disney por US$ 4 bilhões, continua acompanhando as novas tecnologias

George Lucas.Créditos: Joi Ito/Creative Commons
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O criador da saga “Star Wars”, George Lucas, recebeu neste sábado (25), a Palma de Ouro honorária, pelo conjunto de sua carreira, na 77ª edição do Festival de Cannes. O diretor comentou, em entrevista exclusiva ao Globo feita pelo repórter Carlos Helí de Almeida direto do festival sobre vários assuntos, entre eles o uso da Inteligência Artificial no cinema.

Lucas, que se aposentou em 2012, após vender a sua Lucasfilm e os direitos sobre suas histórias para os estúdios Disney por US$ 4 bilhões, afirmou que praticamente toda a sua geração de cineastas resiste a usar a IA.

“A inteligência artificial veio para ficar, é inevitável. Só precisamos de instrumentos para regulá-la. Tenho muitos amigos que resistem às mudanças tecnológicas. Todos da minha geração. Alguns deles ainda estão por aí, dizendo que nunca farão filme com tecnologia digital. Eu já me conformei com isso. Cinema não é uma tecnologia, é uma ideia”, afirmou.

O cineasta, no entanto, não resiste – e nem nunca resistiu – ao uso das novas tecnologias. Assim que se aposentou, ele criou a Industrial Light & Magic, pioneira nos efeitos digitais.

O uso da Inteligência Artificial

“Com a inteligência artificial ficou muito mais fácil para nós fazermos filmes. É o progresso, o futuro. A inteligência artificial veio para ficar, é inevitável”, alertou Lucas. “Só precisamos de instrumentos para regulá-la, porque também pode ser usada para o mal. Como aconteceu com os carros, que foram transformados em tanques e vão matar pessoas. Sim, mas não há nada que você possa fazer sobre isso. Sempre haverá pessoas más no mundo. Existem muitas pessoas más agora”, disse ainda.

“Mas sinto que a internet e a IA, especialmente a IA, também podem ser usadas para reparar erros criados por essas tecnologias. Essas empresas que trabalham com IA podem desenvolver algo para detectar o que é falso ou real, e indicar de onde veio. A inteligência artificial é capaz de fazer isso, os humanos não podem, porque simplesmente não somos tão inteligentes. A IA pode detectar o que é uma deep fake, apontar o que é notícia falsa e o que não é. Temos que fazer isso, como deveríamos ter feito no início da internet”, encerrou.

PL no Brasil para regular o IA

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou um projeto de lei para regular a utilização da inteligência artificial (IA) no Brasil (PL 2338/2023). O objetivo do PL é estabelecer fundamentos para o desenvolvimento e implementação do uso de sistemas de IA; prevê direitos às pessoas afetadas e medidas para fomentar a inovação; traz diretrizes sobre direitos autorais em conteúdos criados por IA; veda técnicas que apresentem risco excessivo, entre outros pontos. 

“O projeto tem um duplo objetivo. De um lado, estabelece direitos para proteção do elo mais vulnerável em questão, a pessoa natural que já é diariamente impactada por sistemas de inteligência artificial.  De outro lado, ao dispor de ferramentas de governança e de um arranjo institucional de fiscalização e supervisão, cria condições de previsibilidade acerca da sua interpretação e, em última análise, segurança jurídica para inovação e o desenvolvimento tecnológico”, afirma Pacheco em sua justificativa.