CARNAVAL 2024

Viradouro é campeã do Carnaval 2024 do Rio de Janeiro

Escola levou para a Sapucaí um enredo sobre o culto à Serpente Sagrado e a sabedoria africana

A escola campeã do Rio.Créditos: Tânia Rego/Agência Brasil
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A Unidos do Viradouro é a grande campeã do Carnaval 2024 do Rio de Janeiro. Com o samba-enredo “Arroboboi, Dangbé” , a escola levou a história da Serpente Sagrada, que virou o maior símbolo do reino de Daomé, na África. 

A apuração dos desfiles ocorreu na tarde desta quarta-feira (14) e os critérios analisados foram nove: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente, mestre-sala e porta bandeira. As escolas são julgadas por quatro jurados para cada critério

A Viradouro atingiu os 30 pontos em todas as categorias, recebendo 10 pela maioria dos jurados. Esta é a terceira vitória da escola.

Em segundo e terceiro lugar ficaram Imperatriz Leopoldinense e Acadêmicos do Grande Rio, respectivamente. No próximo sábado (17), ocorre os Desfiles das Campeãs, onde desfilam as seis melhores escolas, que este ano são: 

  1. Viradouro
  2. Imperatriz
  3. Grande Rio
  4. Salgueiro
  5. Portela
  6. Vila Isabel

A classificação geral ficou:

  1. Viradouro
  2. Imperatriz
  3. Grande Rio
  4. Salgueiro
  5. Portela
  6. Vila Isabel
  7. Mangueira
  8. Beija-Flor
  9. Tuiuti
  10. Mocidade
  11. Unidos da Tijuca
  12. Porto da Pedra

A Porto da Pedra, que havia subido para o Grupo Especial no Carnaval 2023, desceu e retornou à Série Ouro.

Confira o samba da Viradouro

Ê alafiou, ê alafiá
É o ninho da serpente, jamais tente afrontar
Ê alafiou, ê alafiá
É o ninho da serpente preparado pra lutar

Arroboboi, meu pai
Arroboboi, Dangbé
Destila seu axé na alma e no couro
Derrama nesse chão a sua proteção
Pra vitória da Viradouro

Eis o poder que rasteja na Terra
Luz pra vencer essa guerra
A força do Vodum
Rastro que abençoa, agoyê
Reza pra renascer
Toque de adahum

Lealdade em brasa rubra
Fogo em forma de mulher
Um levante à liberdade, divindade em Daomé
Já sangrou um oceano
Pro seu rito incorporar
Num Brasil mais africano, outra areia, mesmo mar

Ergue a casa de bogum, atabaque na Bahia
Ya é Gu rainha, herdeira do candomblé
Centenário fundamento da Costa da Mina
Semente de uma legião de fé

Vive em mim
A irmandade que venceu a dor
A força herdei de Hundé e, da luta, Mino
Vai serpenteando feito rio ao mar
Arco-íris que no céu vai clarear

Ayî
Que seu veneno seja meu poder
Bessen que corta o amanhecer
Sagrado Gume-Kujo
Vodunces o respeitam
Clamam: Kolofé
E os tambores revelam seu afé