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Adele ignora reunião com Toninho Geraes, que chora e passa mal

“O que fizeram com o Toninho foi imoral. Trataram ele como lixo. Coisa de gravadora multinacional”, disse a advogada do compositor

Adele e Toninho Geraes.Créditos: Divulgação/Instagram/Montagem
Escrito en CULTURA el

Um escárnio”. Foi assim que a advogada do compositor Toninho Geraes reagiu à reunião de conciliação convocada pela própria gravadora da cantora Adele, a Universal. O encontro seria para tratar do caso de plágio envolvendo as canções “Mulheres”, sucesso na voz de Martinho da Vila, e “Million years ago", da cantora britânica.

O juiz Victor Torres, da 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, o mesmo que impediu, através de liminar expedida na última sexta-feira (13), a execução nas plataformas da canção de Adele, foi quem conduziu o encontro.

Segundo a advogada do compositor, Deborah Sztajnberg, “em 38 anos de profissão, poucas vezes eu vi na minha frente um escárnio dessa forma”, disse. “O que fizeram com o Toninho foi imoral. Trataram ele como lixo. Coisa de gravadora multinacional, acha que o pobre coitado vai cair na deles.”

Tanto Adele quanto e seu produtor, Greg Kurstin, que é coautor de "Million years ago", eram esperados para a reunião. Havia um link para que eles entrassem online. Nenhum dos dois apareceu.

Crise de choro

Toninho teve uma crise de choro no momento em que o juiz pediu pra que ele contasse sua versão de toda a história. Ele passou mal e teve de ser acalmado por sua equipe jurídica.

“Foram quase 4 horas de audiência. Se você pede uma reunião para acordo, você que faça sua proposta de acordo, afinal você é réu”, disse Sztajnberg. “Mas foi um escárnio total, eles disseram que não tem acordo. Ué, então algum capítulo da novela eu perdi. Eu levo até lá o autor, desgastado, sem dormir, e que não é um garoto, tem 62 anos. Paramos todos para ir até lá, mas mobilizaram tudo isso pra nada. Não tinha proposta de acordo. Não tinham sequer procuração da Adele e Greg pra representar eles”, afirmou.

Perícia

O juiz determinou que uma professora da Escola Nacional de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) faça uma perícia para avaliar se "Million years ago" é mesmo plágio de "Mulheres".

Apesar da proibição e da multa de R$ 50 mil caso fosse descumprida a determinação judicial, "Million years ago" segue disponível em todas as plataformas.

“A gente está tão abalado quanto o Toninho, e pelo Toninho. Eles tinham que ter um pingo de dignidade com um senhor de 62 anos. A gravadora massacrou ele. Agora, foi nomeada essa professora pra fazer um laudo preliminar. O juiz vai mandar pra ela o material, e ela analisando o material de ambas as partes, vai dar um laudo dizendo se ela acha se foi plágio ou não. Agora, por conta dessa confusão de ontem, tecnicamente eles (Adele e Greg) estão citados. Mas o fórum já fechou, já houve recesso, agora vamos ver se eles vão tirar a música ou não”, encerrou a advogada.

O jornal O Globo procurou a equipe jurídica que representa a Universal, mas eles não quiseram comentar o caso.

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