TEATRO BRASILEIRO

Fernanda Montenegro entra para história do Guinness com maior público em apresentação filosófica

Atriz bateu recorde de 15 mil espectadores em Ibirapuera com intepretação do texto de Simone de Beauvoir

Fernanda Montenegro em apresentação de Simone de Beauvoir.Créditos: Bruno Santos/Folhapress
Escrito en CULTURA el

Aos 95 anos, a atriz Fernanda Montenegro se emocionou ao ser reconhecida pelo Guinness World Records por alcançar o recorde mundial de maior audiência em uma apresentação de leitura filosófica. O certificado foi entregue à atriz nesta quarta-feira (13), em reconhecimento por sua apresentação de Simone de Beauvoir, realizada no dia 18 de agosto no Parque do Ibirapuera, em São Paulo sob o nome "Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir”.

De acordo com o Guinness, o evento contou com a presença de 15 mil pessoas. “Eu agradeço por levar Simone de Beauvoir para 15 mil pessoas dentro do Ibirapuera. Isso acontece em mais algum lugar do mundo? Só falando pra 15 mil pessoas, só trazendo ideias, nada fáceis de serem absorvidas, e ninguém vai embora", declarou a artista brasileira.

"Milagres acontecem. A nossa cultura é o nosso país. A nossa cultura teatral é o homem através dos milênios. Sempre tem a presença de alguém passando pra alguém a visão e uma vivência que traz um texto, um contraste, uma variação do momento que se vive, uma transcendência do momento que se vive, até o humor do momento que se vive. E isso é no palco"

Na apresentação, Fernanda contava apenas com uma mesa, uma cadeira, um copo d'água e um bloco de papéis. A temporada marcou a celebração dos 80 anos de sua carreira. A atriz recitou a filósofa, escritora e ativista política Simone de Beauvoir, teórica social teve uma grande influência no existencialismo e na teoria feminista, por meio da leitura de um trecho extraído do livro biográfico A Cerimônia do Adeus

Publicado em 1949, o livro surgiu antes mesmo de o termo 'feminismo' ser amplamente reconhecido. Traduzido para 40 idiomas, os dois volumes da obra venderam mais de um milhão de exemplares cada.

"O homem ainda manda em tudo. Nós temos ainda no nosso país não sei quantas mortes, assassinatos de mulheres pelos seus homens, ou aparentemente pelos seus homens", disse a atriz na época da apresentação.