TWITCH

Usuário da Twitch diz que palestinos são de “cultura inferior” e tem conta suspensa

Com mais de cinco milhões de seguidores na plataforma, o usuário perdeu acesso à conta por ‘comportamento odioso’, afirmou a Twitch em comunicado

Zack Hoyt, "Asmongold".Créditos: Youtube
Escrito en CULTURA el

Zach Hoyt, de 34 anos, é um YouTuber, ‘streamer’ (usuário que transmite na rede social Twitch) e fundador de uma organização de e-sports e criação de conteúdo, a OTK (One True King), criada por ele e outros dois influenciadores em 2020. 

Conhecido por seu conteúdo acerca do MMORPG World of Warcraft, da Blizzard, Hoyt estava na plataforma Twitch desde 2009. Sob o nome "Asmongold", ele tem mais de cinco milhões de seguidores

Mas Hoyt foi suspenso da plataforma em que trabalha na semana passada por praticar “conduta discriminatória”, de acordo com as diretrizes da Twitch, enquanto fazia uma live no seu canal "ZachRawrr" (que tem 1.9 milhões de seguidores).

Em live, Asmongold discutia o conflito em curso entre Israel e Palestina e, ao mencionar a situação de Gaza, que foi devastada este ano pelos ataques israelenses e já registra mais de 40 mil palestinos mortos, disse que os palestinos vêm de uma "cultura inferior"

Milhares de usuários então se manifestaram contra o comentário de Hoyt, acusando-o de racismo, e outras pessoas influentes na plataforma também fizeram comentários em que se opunham à conduta — a exemplo do streamer BrookeAB, com 1.3 milhões de seguidores. 

Após a reação negativa do público, Hoyt — que também anunciou seu “distanciamento” da organização que ajudou a fundar, a OTK — fez um pronunciamento para pedir desculpas ao público através do X

"Refletindo, eu fui um grande idiota com 'a coisa da palestina'", ele disse na publicação. "Erro meu. É claro que ninguém merece ter sua vida destruída, mesmo que faça coisas ou tenha visões que eu considero retrógradas. Vocês merecem mais do que eu dizendo essas coisas estúpidas, vou ser melhor."

Em comunicado, a Twitch disse que toma medidas para combater violações das "diretrizes da comunidade", tais como comentários de ódio e comportamento que promova ou incentive a discriminação — inclusive a inferiorização de grupos específicos com base em “características protegidas" (como sua etnia, raça e nacionalidade).