DIREITOS INDÍGENAS

Filme que denuncia invasão a terras indígenas em Rondônia vence o Emmy 2023

“O Território” foi produzido em 2022 e contou com participação de ativistas ambientais e produção executiva de Txai Suruí

Cena do filme 'O Territóio', de 2022.Créditos: Reprodução/O Território
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O filme-documentário brasileiro produzido em 2022 “O Território”, foi indicado em três categorias ao 75° Emmy Awards e venceu o Emmy no Mérito excepcional na produção de Documentários. Dirigido por Alex Pritz, o filme marca a luta dos povos indígenas de Rondônia pelas suas terras

Ivaneide Bandeira (Neidinha), Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, e Gabriel Uchida e Txai Suruí são os participantes e representantes do documentário embarcaram esta semana para os EUA para marcar presença no evento. "O cinema traz esse artifício visual, que tem mais poder. Estamos ultrapassando fronteiras e educando, porque quando falamos em crise climática não estamos falando só de árvores sendo queimadas, mas da vida das pessoas", destacou Txai em uma entrevista à Folha de São Paulo no mesmo ano do lançamento.

Créditos: Arquivo Pessoal/Reprodução

Invasão, queimadas, grilagem e desmatamento

O documentário retrata a batalha dos indígenas Uru-Eu-Wau-Wau pela proteção de suas terras, dentro de 1 hora e 24 minutos sobre as vidas cotidianas de Bitaté, um jovem da comunidade, e da ativista Ivaneide Bandeira, também conhecida como Neidinha. Juntos, eles delineiam a narrativa central do filme.

Ao acompanhar Bitaté em sua jornada para se tornar uma nova liderança em defesa de seu povo, o documentário revela a luta contra práticas como desmatamento ilegal, queimadas, invasões e grilagem. Uma cena marcante mostra o jovem liderando uma fiscalização dentro das terras indígenas, onde ele e seus companheiros flagram um homem armado, suspeito de invadir a floresta.

No enredo, Neidinha assume o papel de mentora de Bitaté, envolvendo-se ativamente na causa da floresta e das comunidades indígenas do local. "O Território" destaca os desafios enfrentados por sua família devido às ameaças resultantes de sua denúncia acerca dos crimes ambientais que estão ocorrendo.

Além disso, em memória, o filme aborda a trágica morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, amigo de infância de Txai Suruí, ocorrida em 2020. Ari, envolvido na documentação e denúncia de exploração ilegal de madeira dentro da aldeia, integrava o grupo de monitoramento do povo indígena. Vale lembrar que o filme recebeu prêmios em duas ocasiões distintas no Festival de Sundance e também foi reconhecido no Festival de Haia, na Holanda.

Assista aqui: