O documentário indígena "Somos Guardiões" chega a São Paulo na próxima semana para retratar sob novos olhares a luta pela preservação da Amazônia. A produção conquistou festivais internacionais, sendo ganhador do festival autochtone first people's em Montreal e relacionado como melhor documentário no Raindancee. Agora, ele vai fazer parte da programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
O documentário é dirigido pelo cineasta indígena Edivan Guajajara, pelos cineastas ambientais Chelsea Greene e Rob Grobman, e com produção de Fisher Stevens, vencedor do Oscar. O objetivo não é apenas mostrar a situação pela qual passam os povos indígenas e o desmatamento da Floresta Amazônica, mas lançar uma campanha de impacto para catalisar uma ação global pela Amazônia, assim como mostrar a história real em relação a tudo que envolve ciência, política e resistência perpassadas na região.
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Um dos produtores, Fisher Stevens, destaca o motivo que o impulsionou a produzir o filme. “Eu sempre fui um defensor da Floresta Amazônica. Quando Bolsonaro foi eleito e virou presidente, eu vi o desmatamento aumentar cada vez mais, e queria contribuir de alguma forma. Eu apoiei o filme porque queria contar essa história ao mundo”, afirmou.
"Somos Guardiões" conta a história de Marçal Guajajara e Puyr Tembé, guardiões da floresta que lutam contra o desmatamento e pela sobrevivência das espécies. O filme também dá voz a agricultores, madeiros e empresas globais, como JBS, Cargill e Bunge, a fim de explorar o problema do desmatamento na região de forma aprofundada.
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João Gonçalves, diretor sênior no Brasil da Mighty Earth, organização não-governamental que forneceu suporte técnico ao documentário, comenta sobre o impacto do longa-metragem. “Ao conectar a luta pela preservação dos territórios indígenas no Brasil com a produção agropecuária, esperamos que o documentário sensibilize sobre a importância de adoção de medidas que intensifiquem a transparência e a rastreabilidade de cadeias produtivas, em especial da carne e da soja.”
Segundo ele, “o mundo não tolera mais produtos contaminados pelo desmatamento”. Com produção executiva de Leonardo Dicaprio, a presença de ativistas indígenas e ambientais e líderes como a Ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, o documentário se torna uma obra forte e inspiradora que convida todos a se tornarem Guardiões das Florestas.
De acordo com Edivan, o filme é de extrema importância para o Brasil e o mundo. “Não apenas narra a história do meu povo e da minha comunidade, mas também reforça a urgência de estarmos vigilantes e unidos na proteção de nossa Mãe Terra e daqueles que se dedicam à preservação das florestas e à manutenção da biodiversidade em nosso planeta. Essa é a nossa força”, ressalta o diretor.
Ele será exibido em São Paulo nos dias 27 de outubro (Espaço Itaú de Cinema Augusta, sala 01, às 21h10) e 01 de novembro (Kinoplex Itaim, sala 2, às 16h15).