CINEMA

'Grande Sertão: Veredas’ ganha versão em filme com Caio Blat

Longa é dirigido por Guel Arraes, mesmo diretor de O Auto da Compadecida, e tem estreia prevista para maio deste ano

Caio Blat deixou a Globo em 2023 após 25 anos.Créditos: Divulgação
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"Numa grande comunidade da periferia brasileira chamada “Grande Sertão”, a luta entre policiais e bandidos assume ares de guerra e traz à tona questões como lealdade, vida e morte, amor e coragem, Deus e o diabo. Riobaldo entra para o crime por amor a Diadorim, mas nunca tem a coragem de revelar sua paixa~o. A história, narrada por Riobaldo, é marcada pela presença de um personagem enigmático, Diadorim, que se torna um grande amigo dele e desperta sentimentos complexos. A identidade de Diadorim é um mistério constante para Riobaldo, que lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. Nesse percurso transcorre as batalhas e escaramuças da grande guerra do Sertão", informa a sinopse do novo filme “Grande Sertão”, inspirado no livro "Grande Sertão: Veredas", do escritor mineiro Guimarães Rosa.

Com previsão de estreia para maio deste ano, a adaptação cinematográfica conta com a direção de Guel Arraes, mesmo diretor de O Auto da Compadecida. O roteiro é assinado por Jorge Furtado e o elenco é composto por Caio Blat como Riobaldo, Rodrigo Lombardi interpretando Joca Ramiro, Eduardo Sterblitch como Hermógenes, Luis Miranda no papel de Zé Bebelo, Mariana Nunes como Otacília, e Luellem de Castro interpretando Nhorinhá

Do teatro para o cinema

“No teatro, a gente tinha muitos olhos em torno da gente, em um dispositivo em 360º. Então havia uma relação direta com as pessoas, o lugar. Era uma peça muito visceral. No cinema, a gente tem que atuar para a lente, como se fosse um único espectador”, afirmou Caio Blat em entrevista recente concedida ao Estado de S. Paulo. “A gente estava tão preparado para viver os personagens que poderia fazer do avesso, ou de cabeça para baixo”.

Bia Lessa e Caio que trabalharam no teatro e produziram o longa "O Diabo na Rua no Meio do Redemunho", exibido na 27ª  Mostra de Tiradentes, em Minas Gerais, vê no filme repaginado um espaço que reflete e amplia o teatro. “A gente usou tudo que o cinema podia oferecer, no que diz respeito ao som, à edição, aos efeitos. O filme começa com uma câmera firme e controlada, mas no final a imagem está livre, nem tem mais foco. Uma hora ele descamba, como a própria vida”.

'Sertão está dentro da gente’

São sete anos convivendo com um personagem tão rico, com tantos sentimentos. Parece que ele sente tudo, sofre tudo. Guimarães Rosa pegou toda a dimensão da literatura universal”.

Já para Bia Lessa, ainda há muito a ser explorado no livro do escritor mineiro, tornando desnecessária a repetição dos métodos estéticos anteriores. “Quando você está apaixonado, você está em estado de revolução, e revolução significa ampliar limites. O amor do universo e da liberdade transcende as categorias. Caio interpreta Riobaldo, mas o personagem também é vivido por uma mulher. No fundo, a grande inteligência de Guimarães é dizer que o sertão está dentro da gente, no meio dessa natureza arisca”, afirma a atriz.

Assista ao trailer de "Grande Sertão":