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Renascer: nova novela da Globo vai bajular agronegócio

Ao contrário da versão original de Benedito Ruy Barbosa, remake vai tentar passar uma imagem melhor do agronegócio e de fazendeiros

Marco Palmeira e Antônio Fagunndes em cena da novela Renascer, de 1993.Créditos: Divulgação/Arquivo/TV Globo
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A versão original da novela "Renascer" de 1993, da TV Globo, escrita por Benedito Ruy Barbosa, o regime latifundiário era duramente criticado – na medida do possível da emissora. A trama se passa na cultura do cacau, no interior da Bahia.

A nova versão, revista por Bruno Luperi, neto de Benedito, segundo informações do F5, da Folha, vai ser repleta de afagos ao agronegócio atual.  

Na trama original, o inesquecível padre Lívio, vivido pelo ator Jackson Costa, fazia duras críticas à precariedade da saúde, aos desfalques na educação, sonegação de impostos e a corrupção política.

O padre também não se furtava a falar sobre a pobreza e a concentração de terras.

A pobreza vai continuar a ser um tema recorrente, mas a discussão latifundiária, que era colocada especialmente por José Inocêncio, interpretado por Marcos Palmeira, na nova versão vai perder força.

Boa imagem do agro

A ideia da emissora é passar uma imagem melhor do agronegócio e de fazendeiros, já que empresas que investem nesta área estão entre os maiores patrocinadores da televisão brasileira atualmente.

Além disso, a Globo deseja ter uma linguagem mais próxima do popular e críticas políticas não costumam dar audiência.

A adaptação da novela já está bastante adiantada, e as gravações vão começar em outubro. A nova versão da história terá gravações em Ilhéus, no interior da Bahia, e estreia em janeiro de 2024, no lugar de "Terra e Paixão" no horário das 21h.