Tido como o Príncipe do Funk, pioneiro do estilo no Rio de Janeiro e expoente da vertente melody, romântica, Márcio André Nepomuceno Garcia, mais conhecido como MC Marcinho, morreu neste sábado (27), em consequência de problemas cardíacos que o deixaram internado desde 27 de junho.
Famoso pelos hits “Rap do Solitário”, “Princesa”, “Glamurosa” e “Garota nota 100”, MC Marcinho nasceu em Duque de Caxias em 1977, filho de um sambista, e foi criado em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
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Compôs ainda na adolescência o seu primeiro rap para um festival de galeras: o “Rap do solitário”, vencendo a disputa. Nos anos 1990, junto com a namorada, a MC Cacau, ele montou uma dupla, que lançou o CD “Porque te amo” (1997), pela gravadora Afegan, do DJ Marlboro.
Trajetória
Nos primeiros anos do novo milênio, à medida que o funk mais sensual e festivo ganhava popularidade, MC Marcinho passou por um período de menor visibilidade midiática. Entretanto, ele logo conquistou mais um grande sucesso: "Glamurosa", uma música que revitalizou seu estilo ao incorporar o elemento moderno característico do funk daquela época, conhecido como tamborzão. Inspirada na apresentadora de TV Xuxa, essa canção se transformou em seu êxito mais marcante.
Em 2006, MC Marcinho enfrentou um sério acidente de carro. Devido às lesões sofridas, ele teve que se apresentar em uma cadeira de rodas e com o auxílio de muletas até se recuperar. No ano subsequente, sua música autoral "Se não fosse o funk" foi gravada por Lulu Santos no álbum "Longplay".
Em 2011, o MC lançou o CD/DVD intitulado "Tudo é festa", que registrou um show realizado três anos antes no Circo Voador, no Rio de Janeiro. O evento contou com participações especiais de artistas como Sandra de Sá, Flávia Santana, MC Sapão e Regina Casé, entre outros. No mesmo ano, ele viajou pelo país e também se apresentou em locais como Portugal, Espanha e Moçambique. Em 2014, fez parte da coletânea "Pancadão das marchinhas", produzida pelo DJ Dennis, na qual incluiu uma versão de "A jardineira" (Benedito Lacerda e Humberto Porto) e "Saca-rolha" (Zilda, Zé da Zilda e Waldyr Machado).
Os problemas de saúde se tornaram uma constante nos últimos anos da vida de MC Marcinho. Em janeiro de 2012, ele foi internado com suspeita de pneumonia. Em 2019, sofreu um princípio de infarto e, no ano seguinte, precisou ficar na CTI após contrair a Covid-19. Em fevereiro de 2021, ficou em coma por quatro dias devido a uma infecção bacteriana em seu pé esquerdo, e permaneceu mais três meses no hospital, uma vez que a doença afetou seus pulmões.