A jornalista Hildegard Angel saiu em defesa, através das redes sociais, de um movimento de fãs de Gal Costa que querem que seja realizada uma autópsia no corpo da cantora, morta em novembro do ano passado aos 77 anos. A ideia surgiu após as denúncias, publicadas em reportagem da revista Piauí nesta quinta-feira (6), contra a viúva da "Musa da Tropicália", a empresária Wilma Petrillo.
Wilma é acusada por 6 ex-funcionários de Gal Costa de assédio moral, ameaças e golpes financeiros, além de supostamente ter levado a cantora, uma das maiores vozes do país, à falência.
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"A partir das revelações recentes, admiradores de Gal Costa adquirem uma consciência súbita de que a 'causa mortis' da cantora não nos convence. Queremos uma resposta clara", escreveu Hildegard Angel em seu Instagram.
À colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a jornalista reforçou o seu pedido. "Justamente para que não sejam cometidas injustiças, é importante ter uma análise científica do motivo da morte da Gal", declarou Hildegard.
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"Já que há desconfianças sobre as pessoas que cercam Gal Costa, acho que é adequado que seja realizada uma autópsia para saber a causa da morte. Ela é uma personalidade nacional e internacional, e não há nenhuma afirmação assertiva sobre o que causou a sua morte (...) É uma obrigação não só cultural, mas histórica nos dizer efetivamente do que ela morreu", afirmou ainda.
Entenda o caso
A cantora Gal Costa, morta em novembro do ano passado, aos 77 anos, dividiu a vida por quase 30 anos com a empresária Wilma Petrillo, uma figura que, até então, sempre foi um mistério para os fãs da artista. Em reportagem publicada nesta quinta (6) pela revista Piauí, os segredos de Wilma vieram à tona. A empresária é acusada de assédio moral contra ex-funcionários, ameaças e golpes financeiros, além de levar Gal Costa, uma das maiores vozes do país, à falência.
Foram ouvidos seis ex-funcionários que trabalharam com Gal, seis amigos da cantora e um parente. A viúva também é acusada de ignorar os pedidos da voz de Vapor Barato com relação ao local de seu enterro. Gal queria ser enterrada no Rio de Janeiro, ao lado de sua mãe, mas, a mando de Wilma, jaz hoje em São Paulo, no mausoléu da família da viúva, em um enterro que, para os fãs, não fez jus à figura da cantora.
A onda de golpes teria começado antes mesmo de Gal entrar em cena. Antes de conhecer Maria da Graça, Wilma namorava a arquiteta Margarida Jacy. As duas ficaram juntas por três anos e meio e haviam comprado uma casa, mas, ao conhecer Gal, Petrillo sumiu da vida de Jacy e nunca pagou sua parte pelo imóvel. Especula-se que Wilma gastou toda a herança deixada por sua rica família paulista e que viveria de golpes para manter o padrão de vida. Ao conhecer Gal, não teria mudado os hábitos.
Bruno Prado, médico e ex-amigo do casal, conta que Wilma lhe pediu 15 mil reais emprestado, com a desculpa de que Gal precisava de uma cirurgia. Após receber o dinheiro, Wilma sumiu da vida de Prado e começou a enchê-lo de ameaças, o que culminou em uma ocorrência registrada pelo médico e solucionada por uma audiência entre as partes em 2012.
Petrillo apareceu em outro boletim de ocorrência, desta vez em 2013, feito pelo então produtor de Gal Costa, Ricardo Frugoli. Ele conta que ela, além de humilhá-lo no dia a dia, o importunava com ameaças. Frugoli também conta que testemunhou casos de amigos e familiares da cantora que se afastaram dela, e de ex-funcionários que tiveram episódios de depressão por causa das humilhações que aconteciam nos bastidores. Depois do ocorrido, o produtor foi demitido.
Rodrigo Bruggermann, produtor responsável pela organização dos show de Recanto, álbum de Gal de 2011, caracteriza Wilma como 'a pior pessoa com quem lidei nesse meio'. "Além de ser grosseira, ela fazia mudanças de última hora e aplicava taxas surpresa", diz. Essa dificuldade foi algo que acompanhou a carreira recente de Gal Costa, já que, segundo a matéria, Wilma tentou diversas vezes atravancar a realização de seus shows e turnês.
Até o momento a empresária não se pronunciou sobre as denúncias.