Artistas contemporâneos comumente realizam obras de arte complexas de se interpretar. O estilo minimalista, movimento que faz parte da contemporaneidade, possui poucos elementos, que criam uma personalidade para a obra. Muitas vezes, pela sucintez, o minimalismo é encarado com relutância por apreciadores de outros estilos, visto como “qualquer um faz isso.”
O artista italiano Salvatore Garau criou uma obra “imaterial” e “invisível”, que causou polêmica pelo valor de venda: R$ 93 mil. A escultura inexistente, intitulada “Lo Sono”, foi criada para exemplificar a teoria do artista, que defende que a partir do momento em que ele diz que há uma obra de arte ali, os olhares e atenções das pessoas se voltarão ao local como se realmente tivesse. Por isso, o intuito de Lo Sono seria brincar com a imaginação de cada pessoa, pois sua aparência é singular na mente de cada um.
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Garau ainda faz alusão ao Princípio da Incerteza, do físico Werner Heisenberg, que aborda a impossibilidade de sabermos com precisão todas as propriedades de uma grandeza física.
“A minha fantasia, treinada por toda a vida para sentir o que existe ao meu redor de maneira diferente, permite-me ver o que aparentemente não existe”, diz o artista.
O colecionador que adquiriu a escultura recebeu um certificado que comprova que ele é o dono, uma vez que a obra é imaterial e não pode ser adquirida fisicamente. Para o artista, sua obra tem mais valor do que NFTs, pois não pode ser copiada e não utilizou de nenhum gasto energético.
Venda de artigos inexistentes no ciberespaço
Engana-se quem pensa que o ato de Salvatore é atípico. O metaverso, mundo virtual que simula a realidade na internet, fatura há algum tempo com as artes. Os NFTs, que ficaram famosos após diversas celebridades como Justin Bieber e Neymar adquirirem e utilizarem em suas redes sociais, nada mais são do que elementos únicos digitais ou físicos e valem um bom dinheiro: as NFTs do cantor e do jogador valeram R$ 6,9 milhões cada uma.