Até hoje, apenas 119 pessoas foram laureadas com o Prêmio Nobel de Literatura. Já seria um feito para qualquer um receber tal distinção, mas no caso de Bob Dylan, os reconhecimento não param por aí. Além do Nobel em 2016, o artista acumula um Prêmio Pulitzer, um Oscar, um Globo de Ouro e dez Grammys. Ele é o único artista da história a conseguir esse feito.
Nascido no dia 23 de maio de 1941, Robert Allen Zimmerman é natural de Duluth, cidade de noventa mil habitantes localizada no estado americano do Minnesota. Em 1961, Dylan começa sua peregrinação para Nova Iorque com objetivo de conhecer seu ídolo, o cantor folk Woody Guthrie. Nesse período começa a se apresentar em bares do icônico Greenwich Village, bairro boêmio no lado oeste de Manhattan.
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De lá pra cá, a obra de Bob Dylan passou por muitos estilos e gêneros. Do folk americano e da música protesto que embalaram a luta da juventude contra a Guerra do Vietnã, à guinada ao rock e o flerte com o poeta beatnik Allen Ginsberg, o bardo judeu romântico do Minnesota (como foi chamado por seu amigo Caetano Veloso em uma canção do álbum Abraçaço de 2012) merece ter sua vida e obra contadas. Conheça 3 livros para descobrir um pouco mais sobre Bob Dylan.
Dylan, A Biografia
Este trabalho de Howard Sounes pode ser considerado definitivamente a biografia mais completa e fiel do cantautor mais influente da segunda metade do século XX. A história retrata momentos como a mudança da família de Dylan para o povoado de Hibbing, cidade mineira do estado do Minnesota, passando pela descoberta da música e de seus ídolos como Johnnie Ray, Hank Williams, Little Richard e outras figuras do rock and roll.
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A descoberta de Bob Dylan por John Hammond, produtor da gravadora CBS, e seu primeiro contrato de gravação após a temporada em Greenwich Village também são contados na obra. A trama vai desde os bastidores das gravações de seu primeiro álbum, em 1962, e o trabalho seguinte, Freewheelin’ Bob Dylan, que traz clássicos como Blowin in the Wind, Don’t Think Twice, It’s All Right e A Hard Rain’s a-Gonna Fall, até a concessão do Nobel em 2016.
Editora: Conrad
Rolling Thunder: con Bob Dylan en la carretera
Lendário livro de Sam Shepard com fotografias de Ken Regan ainda não tem tradução para o português. O livro narra os acontecimentos do outono de 1975, quando Dylan e seu Rolling Thunder Revue – um espetáculo projetado pelo artista para ser uma mistura de happening e circo ambulante – excursionaram pelo noroeste dos Estados Unidos. A prisão do boxeador Rubin "Hurricane" Carter, hoje sabidamente motivada por racismo, foi o que levou Bob Dylan a conceber o espetáculo, que teve início com pequenos concertos na Novo Inglaterra.
Deixando o público das pequenas cidades onde passava perplexo, o bando formado por músicos, poetas e celebridades de renome mundial reinventou a tradição musical americana. Nomes como Estaban Joni Mitchell, T-Bone Burnett, Allen Ginsberg, Mick Ronson, Joan Baez, Arlo Guthrie, Ramblin’ Jack Elliot, Roger McGuinn e Muhammad Alí apareciam disfarçados no palco e eram registrados pelas lentes e letras de Sam Shepardd e Ken Regan.
O filme originalmente projetado não conseguiu ser montado, mas Shepard reuniu tudo no livro lançado em 1977. A turnê e o livro mostram a fusão de reminiscências judias e mexicanas com a poesia inglesa, do cowboy-slang com mito dos povo originários da América do Norte, do imaginário católico com o blues etc. O livro chegou finalmente às telas em 2019, em uma adaptação estonteante de Martin Scorsese. Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese (em tradução livre, a Revisão Rolling Thunder: uma história de Bob Dylan por Martin Scorsese) retrata um pouco do espírito saltimbanco e revolucionário do período.
Editora: Anagrama
Crônicas: Volume um
Além de poeta e compositor, Dylan "se arrisca" na prosa. Crônicas: Volume um é uma autobiografia publicada em 2004. As histórias contadas pelo artista são lacunares. Ele pula alguns períodos, como o auge de sua fama em meados dos anos 60, e foca em outros. No livro, o compositor também demonstra insatisfação com a alcunha de "voz de um geração". Além disso, descreve momentos únicos de sua vida, como a primeira vez que ouviu as gravações de Robert Johnson, lendário bluesman.
O livro ficou quase 20 semanas entre os mais vendidos do The New York Times e foi bem recebido pela crítica. A autobiografia provavelmente receberá uma continuação. Desde de 2004, o volume dois dessas Crônicas é aguardado pelos fãs e pessoas que acompanham a obra de Dylan.
Editora: Planeta
A matéria usa informações do portal Infobae