MÚSICA

Cantora nega ter levado músico nazista ao Lollapalooza

Baterista norueguês foi acusado com base em gesto fotografado depois do show e nega ser um “idiota supremacista”

Sigmund Vestrheim, baterista.Cantora nega ter levado músico nazista ao LollapaloozaCréditos: Reprodução
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Uma nova polêmica sobre a adesão a ideias nazistas por parte de músicos europeus que se apresentam no Brasil ganhou as páginas da imprensa e as discussões nas redes sociais desde o último domingo (26). Na ocasião, ao final do show da cantora norueguesa Aurora, o baterista da banda, Sigmund Vestrheim, foi acusado de fazer um gesto supremacista em pleno festival Lollapalooza 2023.

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Enquanto a cantora e os músicos se despediam do show, Vestrheim foi filmado fazendo aquele famoso gesto que se parece com um ‘OK’, em que o polegar e o indicador se unem. O gesto é considerado uma autêntica expressão dos movimentos de supremacia branca pela Liga Antidifamação, organização dos EUA que monitora discursos e crimes de ódio.

Revoltado com o que viu, o músico Peres Kenji, da banda brasileira Gloria, resolveu pesquisar o histórico de Vestrheim. Ele encontrou uma publicação de 2017, onde o baterista postou um desenho produzido por si mesmo, em que consta a representação da suástica.

Além disso, Vestrheim apresenta o número ‘777’ em referências próprias, como no seu nome de usuário do Twitter, que é “sigmundvestrheim777”. Novamente, de acordo com a Liga Antidifamação, o número correspondente a “Triskele”, um dos símbolos dos europeus antigos que acabou apropriado pelos nazistas. A simbologia chegou a ser utilizada por supremacistas brancos da África do Sul nos anos 70.

Nas redes sociais, fãs da cantora e do festival a questionaram sobre o gesto do baterista. As discussões envolveram todos os elementos descritos acima.

Cantora e banda negam

A cantora Aurora fez nesta terça-feira (28) uma série de publicações negando que o baterista seja simpatizante do nazismo ou de quaisquer ideias supremacistas. Ela disse estar “profundamente triste” com a acusação e alega nunca ter imaginado que passaria por tal situação.

“Deixe-me dizer isso alto e claro: Não, Sigmundo definitivamente não é um defensor dessas opiniões malignas de extrema direita. Seus valores são, antes, o oposto. Ele é uma das pessoas mais gentis e legais que já conheci. A internet é muito boa em distorcer informações e divulgá-las de forma imprudente, sem ter certeza de que o que estão espalhando é verdade”, declarou Aurora.

Por sua vez, Vestrheim disse que parece “bizarro e estranho” ter que publicar um texto explicando-se nesse sentido e diz que recebeu uma série de mensagens de ódio com acusações sobre ser nazista. “Isso é triste e perturbador. Eu não sei se vocês entendem o quão sérias e malucas essas acusações são. É claro que não sou nazista. Meus valores são de amor e compreensão, e eu toco música para espalhar esses valores”, afirmou.

O baterista diz que o sinal atribuído ao imaginário supremacista na verdade seria um “ok, perfeito, tudo ótimo”. Além disso, também explicou que o número 777 se refere a uma gravadora da Noruega da qual é sócio. “Na Noruega, 777 é algo positivo. Quer dizer sorte. Não sabia que tinha um significado negativo em outros países”, afirmou.

Sobre o desenho, afirmou que o produziu quando era garoto, durante uma aula de história, em momento da vida em que não compreendia exatamente a gravidade da ironia ou brincadeira que poderia conter. “Eu era jovem e estúpido e não pensei direito. Também não deveria ter postado no Instagram. Meus valores são os mesmos da Aurora. Eu nunca conseguiria o posto de baterista dela se eu fosse um nazista idiota. Espero que acreditem em mim”, declarou.