Composta por Paul McCartney, em 1968, a canção “Hey Jude” é considerada um dos maiores hits da história dos Beatles, sendo cultuada até hoje. O que nem todos sabem é qual foi a motivação para a criação da música.
McCartney escreveu a canção com o objetivo de ajudar Julian Lennon, filho de John Lennon, em um momento difícil para o garoto, então com 5 anos, pois encarava a separação do pai e da mãe, Cynthia Powell.
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Apesar de se sentir lisonjeado em ter uma canção escrita para ele, Julian tem uma relação de “amor e ódio” com “Hey Jude”. Ele, que também é cantor e compositor, revelou que a música “sempre será sombria para mim”.
Julian relaciona a canção em sua memória como um "lembrete sombrio” de John abandonando a família.
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“Era ‘Hey Jules’ no início, mas não caiu bem no ritmo. ‘Hey Jude’ foi uma interpretação melhor. Paul escreveu para consolar mamãe e também para me consolar. É um sentimento lindo, sem dúvida, e estou muito grato. Mas também fiquei louco por causa disso”, relatou Julian, em entrevista à revista estadunidense Esquire, com trechos publicados na Rolling Stone.
“Adoro o fato de ele ter escrito uma música sobre mim e para mamãe, mas dependendo de que lado da cama a pessoa acordou e de onde você a ouve, pode ser uma coisa boa ou um pouco frustrante. Mas, no fundo do meu coração, não há uma palavra ruim que eu possa dizer sobre isso”, destacou.
“As letras são pertinentes até agora. O objetivo é melhorar a vida e tirar o peso dos meus ombros, especialmente no caminho que segui como músico, seguindo meu pai. É tipo, ‘o que você é, louco? Por que você faria isso?’. Escolhi o caminho mais difícil que a humanidade conhece, mas é por isso que, após 30 anos na música, senti que era hora de seguir alguns outros sonhos que tinha. Fotografia e uma série de outras coisas”, acrescentou Julian, que também é produtor, além de fotógrafo.
“O estranho com o público é que eles às vezes acham fofo citar ‘Hey Jude’ para mim, mas não acho que eles percebam que há muita dor por trás do que aconteceu. Cada vez que você cita isso, isso me lembra de minha mãe sendo separada de meu pai, do amor que foi perdido, do fato de que raramente vi meu pai novamente”, relembrou.
“Há uma dor emocional profunda”
“Eu o vi talvez umas duas vezes antes de ele morrer. Muitas pessoas não entendem o quão intenso, emocional e pessoal isso é. Não é apenas um ‘se recomponha, sacuda a poeira e seja feliz’. Há uma dor emocional profunda. Posso comemorar isso, mas também é algo que sempre será sombrio para mim”, ressaltou o músico.
“Não é uma posição onde o perdão entra em cena. Foi apenas uma época e um lugar na minha vida onde as coisas aconteceram. Quem sabe se eu já lidei com isso? Talvez eu não tenha. Preciso fazer terapia? Não, acho que a vida é terapia suficiente. Então, é estranho", completou Julian Lennon.