Não se sabe ainda se será uma série ou um longa-metragem. “Dependo do quanto render, diz o diretor. O que há de fato mesmo é que o governo de Michel Temer será o tema da nova obra do cineasta Bruno Barreto.
Ele é o mesmo que fez "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), "Crô: O Filme" (2013),"O Que é Isso, Companheiro?", "Flores Raras", "Bossa Nova", entre outros.
Te podría interesar
Seguindo os passos de Fernando Sabino – um escritor sério que detonou sua carreira atrás de uns caraminguás ao lançar o bestseller “Zélia, uma Paixão”, sobre Zélia Cardoso de Mello, a ex-ministra da Economia de Fernando Collor – Barreto já está em pré-produção de "963 dias”. O título se refere ao tempo em que Temer esteve no poder e que deu início ao maior retrocesso da história recente de nosso país desde o golpe militar de 1964.
Bruno Barreto não está de inocente nesta história. Apesar de afirmar que não faz arte militante, o filme, ao que tudo indica, tem o claro objetivo de ser laudatório ao ex vice da ex-presidenta Dilma Rousseff, que assumiu o cargo após um golpe jurídico, parlamentar e, sempre bom lembrar, midiático.
Te podría interesar
Sabe que vai levar porrada
O projeto tem a consultoria do colunista da Folha Elio Gaspari. Além disso, tem recebido o apoio de Elcinho Mouco, marqueteiro de Temer. Ele está auxiliando na produção, "coordenando a relação", nas palavras de Barreto, que nega ser chapa-branca.
"Sei que o filme vai levar porrada, já dizem que sou de direita. Eu vou é botar os pingos nos is. Não estou defendendo tese nenhuma, não faço arte militante. Mas que o Temer foi um ótimo presidente, que os juros e o desemprego caíram muito e que a reforma da previdência ia ser votada logo, logo, isso não se pode negar".
Barreto afirmou ainda ao F5 que a obra será " sobre tudo o que veio depois daquela bomba do dia 17 de maio de 2017", diz. Foi nesta data que veio à tona uma conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com Temer, em que ele relata a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha na prisão, e teria recebido o aval presidencial à operação.
Na ocasião, Temer soltou a célebre frase que o eternizaria para a história da República:
“Tem que manter isso daí, viu?”