Um dos personagens considerados atemporais da TV brasileira nos anos 90, Antônio Carlos Bernardes Gomes, ou Mussum, ganhou uma cinebiografia de sua trajetória de vida, estrelada por Ailton Graça. A estreia é neste dia 2 de novembro nos cinemas brasileiros.
A história de Mussum, é narrada no filme para além do humor, tendo divulgou seu primeiro trailer na última quarta-feira (30). O longa-metragem é baseado no livro "Mussum – uma história de Humor e Samba", de Juliano Barreto, e dirigido por Silvio Guindane.
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"Este filme é a realização de um projeto de vida. É o primeiro 'pretagonista' que eu faço, e, dentro do meu histórico como artista, sempre quis homenagear o Mussum, fosse no teatro ou em qualquer lugar. Fiquei muito feliz construindo esse personagem para o cinema”, destacou Ailton Graça sobre a produção.
"Mussum, o Filmis" busca mais do que ser uma simples biografia, já ele tenta consolidar uma narrativa comum a milhões de brasileiros. A história começa com um começo difícil na escola frequentada predominantemente por brancos, onde a mãe dele enfatiza a necessidade de que ele se destaque e prove que não é inferior a ninguém.
A cinebiografia abrange sua jornada desde esse ponto inicial até se tornar um sambista e humorista consagrado, que inspira e motiva os jovens atendidos pelo projeto Mangueira do Futuro.
Ele reforça a mensagem de que ninguém pode eliminar os sonhos dessas crianças e jovens negros. Mussum repete as palavras de sua mãe, dona Malvina, que se tornam um mantra: "Vocês podem tudis. Porque burro preto tá cheio por aí. Mas preto burro não dá."
Veja alguns dos pontos interessantes do longa-metragem:
1 - Filme vai abordar Mussum longe dos holofotes
O lado menos conhecido do humorista será destacado na trama, além da trajetória marcante nos Trapalhões, como sua carreira musical ao lado dos Originais do Samba, a sua relação com a família através dos anos e sua carreira na aeronáutica. A ideia do diretor do filme, como ele mesmo confessa, foi desafiadora, já que poderia tender a criar uma outra imagem de Mussum por mostrar momentos não tão conhecidos de sua vida.
No entanto, Guindane conseguiu transformar isso em potência e representatividade. "A representatividade não é uma questão de números de pretos trabalhando, ela é a prova que, uma vez que integramos de verdade essa maioria da população brasileira para contar suas próprias histórias, teremos filmes mais humanos e com mais propriedade dramatúrgica. Isso vai para a tela e consequentemente chegar ao público de forma latente", afirma ele.
2 - Já ganhou um prêmio, antes de ser lançado
Em agosto deste ano, o filme já conquistou seu primeiro prêmio e foi o grande vencedor da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, levando seis Kikitos – prêmio máximo do evento – incluindo o de “Melhor Ator” para Aílton Graça e “Melhor Filme" pelo Júri Popular.
O Festival de Cinema de Gramado é um dos três principais eventos dedicados à exibição de novos filmes brasileiros, juntamente com a Mostra de Tiradentes e o Festival de Brasília.
3- Filhos de Mussum chamam Ailton Graça de pai no set de filmagem
Em sua última cena do filme, a ser gravada no set de filmagem, Ailton Graça estava se concentrando para a atuação, quando os dois filhos de Mussum, Sandro e Augusto Gomes, batem a mão em suas costas e o chamam de pai. Conforme retrata o próprio ator em um vídeo publicado há duas semanas, esse momento foi muito emocionante.
4- Protagonista parecido com Mussum
O pôster de divulgação publicado nas redes sociais destacou a notável semelhança entre Ailton e o homenageado. Tanto que uma usuária no X, antigo Twitter, comentou: "Fiquei impressionada com a semelhança. Por um momento, achei que fosse o próprio Mussum." Por sua vez, o ator afirmou que não foi escolhido apenas pela semelhança física, dizendo: "Sempre desejei interpretar esse papel, seja no teatro ou em qualquer outro lugar."