Em meio a assassinatos políticos, ameaças de golpe, mortes de indígenas, queimadas no Pantanal e na Amazônia, enfim, em meio ao caos de fato, os Titãs acabam de lançar a canção “Caos”, de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Beto Lee – guitarrista da banda.
Nela, o “caos” é de mentirinha, lúdico, onde tudo é jogado no mesmo pacote, na velha, gasta e alienada ideia de que “todos os políticos são iguais”. Na sequência de lugares comuns da canção, o interlocutor afirma ser “hippie das antigas, do velho e bom paz e amor, no cano da arma ponho uma flor”.
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E explode no refrão, usando a antiga piada atribuída aos anarquistas espanhóis:
“Hay gobierno soy contra! Hay gobierno soy contra! Hay gobierno soy contra! Soy contra, soy contra Contra el Gobierno!”
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Outros tempos
Há outros versos na canção que seguem na mesma toada e reforçam as saudades da banda de outrora, dos tempos de Nando Reis e Arnaldo Antunes.
Cobrar posições políticas de artistas é chato. No entanto, criticá-las quando elas são extemporâneas e deslocadas do tempo político em que são lançadas é mais do que necessário.