John Lennon, enquanto ainda era Beatle, costumava criticar as “canções para vovozinhas” que seu parceiro, Paul McCartney, costumava fazer. Lennon gostava mesmo era de rock and roll e implicava, ao mesmo tempo em que invejava um pouco também, as baladas mais açucaradas do parceiro.
A revelação foi feita pelo escritor Philip Norman no seu “John Lennon – A vida”, publicado em 2009.
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Mas, afinal, quais eram essas canções? Entre elas, a primeira de todas, sem sombra de dúvidas, é “Yesterday”, que em 2019 chegou a virar nome da comédia dirigida por Danny Boyle. No enredo, após um acidente, o protagonista, um músico quebrado, acorda e descobre que está em um mundo onde os Beatles nunca existiram.
“Yesterday” é uma das canções mais regravadas do planeta. Sua melodia agradável e bem estruturada junto à letra romântica é daquelas canções que pode ser apreciada por todos, até mesmo pelas “vovozinhas”, como dizia Lennon.
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Mas há outras, muitas outras. Entre elas “Hey Jude”, uma linda balada feita para consolar Julian Lennon, por ocasião da separação do pai com sua mãe, Cynthia Powell. A produção de baladas românticas de McCartney é enorme e nunca parou, tanto na época dos Beatles quanto depois.
Baladas em todos os álbuns
Do álbum “Rubber Soul”, de 1965, podemos destacar “Michelle”. Lennon, no entanto, também não fica atrás, e emplacou no mesmo disco “Girl”, eternizada no Brasil como “Meu Bem”, por Ronnie Von.
A canção inaugural de todas as que MacCartney fez para as vovozinhas é “And i Love Her”, balada que aparece na trilha sonora do filme “A hard days night”, que no Brasil foi lançado com incrível título de “Os reis do iê iê iê”.
Depois essa, veio a açucarada “I’ll follow the sun”, do álbum “Beatles for Sale”. Em “Revolver” o índice de glicose do Velho Macca atingiu o auge, com clássicos como “Eleanor Rigby”, "Here, There anda Everywhere” e “For no One”. Como se não bastasse, ainda emplacou uma canção infantil: “Yellow Submarine” no mesmo disco.
Nem o transformador “Sgt. Peppers” ficou de fora. Nele, McCartney emplacou duas: “When i’m sixty four” e “She’s leaving home”. A trilha do filme “Magical Mistery Tour” foi contemplada com “Your Mother Shoud Know” que, no caso, faz piada mesmo com melodias antigas, quando afirma que esta “sua mãe devia conhecer”.
No sombrio “White Album”, o compositor chegou ao limite ao fazer uma prosaica canção para sua cadela, talvez a mais entre as mais canções para vovozinhas: “Martha, my Dear”.
Os Beatles encerram sua trajetória com McCartney deixando ainda mais duas para a posteridade: a gospel “Let It Be” e a linda balada “The Long anda Winding Road”.
A despeito das críticas de Lennon, são canções memoráveis que serviram, entre outras coisas, para aproximar gerações, pois as vovozinhas as adoravam mesmo.