A escritora paulista Lygia Fagundes Telles morreu em São Paulo (SP) neste domingo (3) aos 98 anos. De acordo com Juarez Neto, da Academia Brasileira de Letras (ABL), ela faleceu de causas naturais em sua casa. A informação também foi confirmada por sua agente literária Lucia Riff.
Um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles é detentora da cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo sido eleita como "imortal" em 1985.
A "dama da literatura" publicou sua primeira obra, "Porão e sobrado", em 1938, e já ganhou inúmeros prêmios, entre eles o Jabuti e o Camões, em 2005, maior premiação da literatura em língua portuguesa.
Lygia era formada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e escreveu, entre outros livros famosos, "Ciranda de Pedra" (1954), que foi adaptada em uma novela na Globo, e "Verão no Aquário".
Reconhecida em todo o mundo, a escritora tem obras traduzidas para o alemão, espanhol, inglês, francês, italiano, polonês, italiano, tcheco, polonês e sueco.
"Vivendo a realidade de uma escritora do terceiro mundo, Lygia Fagundes Telles considera sua obra de natureza engajada, ou seja, comprometida com a difícil condição do ser humano em um país de tão frágil educação e saúde. Participante desse tempo e dessa sociedade a escritora procura apresentar através da palavra escrita a realidade envolta na sedução do imaginário e da fantasia. Mas enfrentando sempre a realidade desse país: em 1976, durante a ditadura militar, integrou uma comissão de escritores que foi a Brasília entregar ao Ministro da Justiça o famoso 'Manifesto dos Mil', veemente declaração contra a censura e que foi assinada pelos mais representativos intelectuais do Brasil", diz trecho da biografia da escritora publicada no site da Academia Brasileira de Letras.
Confira abaixo a lista de prêmios literários que Lygia Fagundes Telles foi agraciada
- Prêmio do Instituto Nacional do Livro, por Histórias do Desencontro (1958)
- Prêmio Jabuti, por Verão no Aquário (1965)
- Grande Prêmio Internacional Feminino para Contos estrangeiros, França (1969) por Antes do Baile Verde
- Prêmio Candango, concedido ao melhor roteiro cinematográfico, por Capitu parceria com Paulo Emílio Sales Gomes (1969)
- Prêmio Guimarães Rosa (1972)
- Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; Jabuti e APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, pelo romance As Meninas (1974)
- PEN Clube do Brasil, pelo livro de contos Seminário dos Ratos (1977)
- Prêmio Jabuti e APCA, por A Disciplina do Amor (1980)
- II Bienal Nestlé de Literatura Brasileira (1984)
- Prêmio Pedro Nava, (Melhor Livro do Ano), por As Horas Nuas (1989)
- Prêmio Jabuti; Prêmio Arthur Azevedo, da Biblioteca Nacional e APLUB de Literatura, por A Noite Escura e Mais Eu (1995)
- Condecorada com a Ordem das Artes e das Letras pelo governo francês (1998)
- Prêmio Jabuti; APCA; Concurso paralelo “Livro do Ano” e o "Golfinho de Ouro”, por Invenção e Memória (2001)
- Prêmio Camões, pelo conjunto da obra, Portugal – Brasil (2005)
- Prêmio APCA, por Conspiração de Nuvens (2007)
- Prêmio Mulheres mais Influentes - Gazeta Mercantil (2007)
- Prêmio Dra. Maria Imaculada Xavier da Silveira, 2008 - OAB
- Prêmio Juca Pato 2009 (Intelectual do Ano) - União Brasileira de Escritores
- Prêmio Conrado Wessel de Literatura 2015
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