Nesta terça-feira (8) o presidente Jair Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e ministros do governo foram "homenageados" com a execução, feita pela banda do Exército, da música "Maria Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant, em evento comemorativo do Dia Internacional das Mulheres.
Para além do fato de que a canção, gravada pela primeira vez em 1978 e sucesso na voz de Elis Regina, trazer elementos que Bolsonaro e seu governo ignoram, como a luta pela emancipação da mulher, o racismo e a exploração do trabalho escravo, Milton Nascimento, um dos compositores da canção, é um ferrenho crítico do presidente.
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Entre as inúmeras vezes que expressou insatisfação com o atual governo, Bituca, como é conhecido, pediu "Fora, Bolsonaro" em abril de 2021 quando tomou a vacina contra a Covid-19.
"Viva a ciência, viva o SUS e fora Bolsonaro”, escreveu o cantor na legenda da foto postada em suas redes sociais que mostra o momento da imunização.
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Antes, em 2019, já havia dito que o governo Bolsonaro, naquele primeiro ano de mandato, é "quase uma ditadura". Já em agosto de 2021, em meio a um dos maiores picos da pandemia, Milton Nascimento disse em entrevista que estávamos passando pela "pior fase da nossa história recente, com a pandemia e, o pior de tudo, tendo à frente do governo um completo incompetente".
A manifestação mais explícita de Bituca contra Bolsonaro se deu no feriado de 7 de setembro do ano passado, Dia da Independência. Naquela ocasião, o Brasil assistia a uma escalada do discurso golpista do presidente e Milton Nascimento resolveu postar um vídeo cantando a música "Cálice", clássico da luta contra a ditadura militar. Na postagem, escreveu em letras garrafais: "FORA BOLSONARO!!!"
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