A deputada bolsonarista Ana Caroline Campagnolo (PSL), de Santa Catarina, está sendo processada pelos artistas Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan e as famílias de Augusto Boal (1931-2009) e Mario Lago (1911-2002).
A ação conjunta, segundo o advogado João Tancredo, foi feita porque a parlamentar estaria usando músicas dos cantores em um curso antifeminista.
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"A mentira é a base de todas as ações daquilo que o bolsonarismo chama de guerra cultural. Dessa vez, mentiram para conseguirem a autorização de uso das obras, falsearam a história num conteúdo antifeminista e omitiram o interesse comercial. Nada disso foi autorizado. O judiciário precisa dar uma resposta dura", disse João Tancredo ao blog de Ancelmo Góis, em "O Globo".
A ação pede a remoção imediata dos materiais e a indenização de R$ 50 mil para cada um dos artistas. O caso está nas mãos da juíza da 27ª Vara Cível do Rio. Facebook e Google também estão sendo processados.
Curso antifeminista
Na descrição do curso, que tem duração de 60 horas e custa R$ 358,00, Campagnolo diz que o interessado "entenderá as raízes e motivações do grupo ideológico mais perigoso das últimas décadas: o feminismo".
"Com um poder de infiltração gigantesco e impressionante organização político-partidária, o feminismo tomou a mente de adultos, jovens e adolescentes através da mídia, das universidades e da propaganda exaustiva sobre a suposta desgraçada condição feminina", afirma.
Através de entrevistas com professores, a deputada traz um contexto histórico deturpado desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e pela Modernidade, "discorrendo sobre casamento, trabalho e educação até a propaganda abortista e a teoria de gênero do século XXI."