Curtindo o feriado desta quarta-feira (2) e um descanso de três dias na Bahia, estado onde obteve 6.097.815 de votos - 72,12% dos válidos -, Lula (PT) foi às redes sociais indicar dois livros a seus seguidores, enfatizando sua política de trocar as armas pela Literatura.
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"Como nem todo mundo pode nesse feriado pegar uma estrada e viajar, a #EquipeLula gostaria de indicar dois livros, dos preferidos do presidente Lula", diz o tuite, que recomenda Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, e Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves.
As duas obras foram lidas por Lula durante os 580 dias de prisão injusta na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
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Escrito por Itamar Vieira, que esteve em ato de campanha com o petista, Torto Arado venceu o Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2020. O título da obra refere-se a um instrumento agrícola arcaico e obsoleto, que simboliza as permanências do passado colonial e as marcas da escravidão na sociedade brasileira.
O livro narra um romance no sertão da Bahia, em que irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Um acidente liga para sempre as duas.
Vieira, que é servidor público do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) diz que a ideia do romance nasceu do contado com comunidades quilombola da Bahia, que foi levado para sua pesquisa de doutorado sobre estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia.
O romance tem como influências iniciais autores regionalistas da chamada Geração de 30 do Modernismo no Brasil como Jorge Amado, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz. O autor também cita como influência autores como Machado de Assis, Clarice Lispector, Lima Barreto, Carolina Maria de Jesus e Raduan Nassar.
Um Defeito de Cor
Lançado em 2006 após 5 anos de trabalho, Um Defeito de Cor é o segundo livro da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, que também tem como tema a escravidão no Brasil.
No romance, Kehinde, capturada no Daomé, Benin, aos oito anos de idade, é trazida ao Brasil como escrava e rebatizada como Luiza. O romance é inspirado na vida de Luísa Mahin, celebrada heroína da Revolta dos Malês, que aconteceu em Salvador em 1835.
Idosa, cega e à beira da morte, ela narra a própria história, marcada por mortes, estupros, violência e pela escravidão, que se confunde com a História do Brasil.
Com mais de mil páginas, o livro narra de uma maneira original fastos históricos em meio a vida cotidiana da personagem principal.
A obra conquistou o Prêmio Casa de las Américas na categoria literatura brasileira, em 2007, sendo considerado por Millôr Fernandes o livro mais importante da literatura brasileira do século XXI.