Homem branco e destruidor de livros assume presidência da Fundação Palmares

Ex-editor da Caros Amigos, Marco Frenette, que no passado tinha posturas progressistas, vai assumir interinamente a entidade, durante as férias de Sérgio Camargo

Camargo e Frenette - Foto: Reprodução/Twitter
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O atual presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que entre outras atitudes desastrosas mandou excluir inúmeros livros do acervo da instituição, anunciou, nas redes sociais, que está saindo de férias. Quem vai ficar interinamente em seu lugar é Marco Frenette, justamente o homem, branco, que comanda a “queima” das obras, muitas delas patrimônios da cultura negra.

“Marco Frenette, coordenador-geral do CNIRC (área de pesquisa e produção de cultura), presidirá a Fundação Cultural Palmares no mês de julho. Estarei em merecidas férias, e a instituição ficará sob o comando qualificado, responsável e conservador de Frenette”, postou Camargo.

“A escolha de Frenette deveu-se à sua larga vivência com a cultura de matriz negra, e também por estar à frente do CNIRC, departamento de área finalística. Tenho certeza que fará um grande trabalho nesse período em que me ausentarei. Ele assumirá a interinidade em 5 de julho”, acrescentou.

https://twitter.com/sergiodireita1/status/1409555701614141449

Ex-editor da Caros Amigos, Frenette é o personagem por trás da “queima” de livros da Fundação Palmares. Tanto ele como seu chefe e amigo de infância, Sérgio Camargo, alegam que os livros não serão queimados. Que serão simplesmente retirados do acervo e doados para quem os desejar. Como se a ação não tivesse o mesmo significado, diz texto do Blog do Rovai, publicado no dia 16 de junho.

“Cheiro de mofo”

Entre os livros que estão na mira de Frenette, obras como o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo, porque, segundo o relatório, o livro está “gramatical e ortograficamente desatualizado e com folhas soltas exibindo um forte cheiro de mofo”.

Quando trabalhou na Caros Amigos, Frenette não era de extrema direita. Ao contrário, se comportava como humanista e priorizava em suas reportagens e artigos questões da periferia e do combate à violência policial. Agora, virou censor de obras literárias.