Ele é o autor, entre outros, da inesquecível introdução e do solo central de “Quero que vá tudo pro inferno”, retumbante sucesso de Roberto Carlos, de 1965. Lafayette Coelho Varges, conhecido como o organista Lafayette, referência da Jovem Guarda, morreu na madrugada desta quarta-feira (31), no Hospital Getúlio Vargas, no Rio, aos 78 anos, de pneumonia.
Lafayette era carioca do bairro da Tijuca, o mesmo de Roberto e Erasmo Carlos, Jorge Ben e Tim Maia. Ele foi chamado pela gravadora RGE para participar de um disco de Erasmo.
Ao GLOBO, ele lembrou em 2015: "Tinha um órgão no canto da sala, eu tirei a capa dele e comecei a tocar. O Erasmo ouviu e falou: 'É isso, vamos botar isso aí no disco!'. Mais tarde, ele falou de mim para o Roberto Carlos, que comprou a ideia e me levou para a CBS. Mexendo aqui e ali no órgão Hammond B3 do estúdio, cheguei a um som do qual o Evandro Ribeiro, presidente da CBS, gostou muito. Eu tinha que achar algo diferente daquilo que o Ed Lincoln e Eumir Deodato faziam na época”.
Ele gravou ainda "Lafayette apresenta os sucessos", o primeiro de mais de 30 LPs pela CBS na qual ficaria até 1980. Seus discos apresentavam versões instrumentais arranjadas por ele para sucessos da época, incluindo trilhas sonoras de filmes, e venderam bastante, chegando a render-lhe um disco de ouro.
Amigos organizaram um show para arrecadar fundos, em 2017, a fim de custear o tratamento de insuficiência renal do músico — e Erasmo Carlos também se apresentou.
Com informações do Globo