O coletivo Adinkrazz reúne um grupo de músicos paulistanos de diferentes trajetórias em uma apresentação instrumental com repertório autoral e linguagem jazzística, no próximo dia 20 de novembro (sábado), às 21h, no Jazz B. O coletivo é formado pelos músicos Thiago dos Anjos (guitarrista), Pé Beat (baterista/beat maker), Obi Orin (baixista) e Rayra Maciel (percussionista).
O primeiro EP do coletivo, "Cidade Grande", tem lançamento previsto para o início de 2022 e traz uma mistura de urban jazz e influências afro-jazzísticas. É um reflexo da união de experiências de músicos de São Mateus, Osasco, Itaquera, Diadema, Vila Madalena e Bixiga. O nome “Cidade Grande” retrata a confluência de referências, como o livro "O Espaço do Cidadão", do geógrafo e pensador negro Milton Santos e reflexões e diálogos tecidos entre os integrantes.
Compõem o EP os temas "Vermelho", "Mirante Miragem", "Akoma" (símbolo adinkra associado à paciência, tolerância e resistência), "Na Estação da Luz" e "Rainha" (afro-jazz gravado com participação de Mayara Almeida (sax), Rayra Maciel (percussão) e Amanda Telles (percussão).
O Adinkrazz nasceu de um experimento artístico coletivo criado na pandemia, que contou também com participações de Vinícius Chagas (saxofonista), Sidmar Viveria (trompetista), Roy Lima (trompetista), Kinda Assis (cantora/violista), Andarilho Chá (ator/cantor), Mayara Alemida (sax) e Amanda Telles (percussão).
O significado do nome
O nome Adinkrazz é uma referência ao jazz e uma reverência aos adinkras, conjunto de símbolos ideográficos de Gana. Odenkyem Mmemu é o símbolo da unidade na diversidade, retratado por crocodilos siameses ligados pelo estômago. Assim, "Adinkrazz"representa também a proposta do grupo: criar uma “unidade diversa e uma diversidade unida”, ao reunir músicos de origens e histórias diferentes para produzir uma linguagem futuro-ancestral comum, com raízes culturais negras.