A Academia Sueca anunciou na manhã desta quinta-feira (7), o escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2021.
O prêmio, de acordo com a Academia, foi concedido "por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes".
Ele é o primeiro não europeu ou americano a receber a distinção desde 2012 e a quarta pessoa negra da história da premiação. Nenhum dos livros do autor, escritos em inglês com traços de suaíli, árabe e hindi, foi traduzido no Brasil.
Gurnah nasceu em 1948 e cresceu na ilha de Zanzibar, chegando na Inglaterra na década de 1960 como refugiado. O romancista publicou dez livros e diversos contos ao longo da carreira. A temática de refugiados é a base de todo seu trabalho.
O comitê do Nobel justificou a escolha do escritor de 73 anos "por sua rigorosa e compassiva investigação sobre os efeitos do colonialismo e os destinos dos refugiados na lacuna entre culturas e continentes".
O porta-voz da Academia Sueca "os personagens itinerantes de Gurnah, na Inglaterra ou no continente africano, se encontram entre a vida deixada para trás e a vida que vem adiante", disse. "Enfrentando o racismo e o preconceito, mas também se impelindo a silenciar a verdade ou reinventar suas biografias para evitar conflito com a realidade."
"Sua saída precoce do país explica o papel central do exílio em todos os seus trabalhos, mas também sua falta de nostalgia pela África pré-colonial. Em Gurnah, você encontrará histórias marcadas por destinos individuais que não se conformam à narrativa colonial da história", encerra a nota.