Jorge Perlingeiro, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), fez uma ameaça, nesta sexta-feira (1). Ele declarou que, caso não haja garantia de 100% de público na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2022, os desfiles serão adiados para julho.
A afirmação ocorreu durante audiência pública, realizada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Estiveram presentes representantes de blocos e escolas de samba, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), além de outras pastas, de acordo com informações de Mariene Lino, no Metrópoles.
O presidente da Liesa alegou que, sem o público máximo da Sapucaí, que chega a comportar 70 mil pessoas, os desfiles ficariam inviáveis financeiramente.
“Caso não possamos realizar o Carnaval em sua plenitude no mês de fevereiro, o espetáculo será prorrogado para julho. Não podemos reduzir o seu tamanho, nem o público, porque assim não teremos dinheiro para bancar o evento, e nem a participação dos componentes”, disse Perlingeiro.
Em contrapartida, um laudo elaborado pelos médicos Hermano Castro (Fiocruz) e Roberto Medronho (UFRJ) indica que, para a realização de grandes eventos, seria necessário que 80% da população esteja totalmente vacinada contra o coronavírus.
“A expectativa é ter mais de 90% da população adulta carioca vacinada com a segunda dose até meados do mês de novembro. A gente acredita que até dezembro vamos ter um panorama epidemiológico muito diferente, se não houver uma nova variante. Mas é uma doença nova, tem outras variáveis que podem interferir no processo, e é preciso cautela”, destacou Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde.
Mediação
O vereador Tarcísio Motta (PSOL), mediador da audiência, ressaltou que as recomendações serão encaminhadas para análise do Comitê Científico da SMS. “Cobraremos para que a prefeitura possa tornar públicas quais são essas condições, critérios e protocolos para confirmar a realização da festa e garantir a segurança da cidade antes, durante e depois do Carnaval de 2022”.