As escolas de samba do Rio de Janeiro vão decidir em setembro sobre a viabilidade dos desfiles marcados para fevereiro de 2021. A vacina contra o novo coronavírus é tida como o ponto principal para definir se vai ter ou não carnaval na Marquês de Sapucaí.
"Entendemos que o momento ainda é precipitado para falar qualquer coisa. Estamos aguardando as definições dos setores de saúde e governo para sabermos da previsão de alguma vacina ou tratamento que permita que tenham aglomerações”, disse o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, ao portal SRZD após reunião realizada na entidade na terça-feira.
“Só imaginamos ter o desfile das escolas de samba em fevereiro se houver uma vacina, se não houver, não temos como fazer esse tipo de evento. Carnaval é aglomeração, tanto dos desfilantes quanto de quem está assistindo”, completou.
Cinco agremiações - Mangueira, Beija-Flor, Vila Isabel, Imperatriz e São Clemente - já haviam se manifestado contra a realização do carnaval em fevereiro por conta do contexto de pandemia, mas a decisão foi adiada para setembro para aguardar os desdobramentos científicos. Além dos desfiles em si, as escolas destacam que com a pandemia não é possível realizar toda a pré-produção do carnaval, feita nos barracões, por isso setembro seria o limite.
Castanheira afirma que as escolas trabalham com "plano A, B e C". Entre as propostas que aparecem estão a de adiar os festejos para abril, junho ou não desfilar em 2021. Segundo o dirigente, a opção de junho é a mais improvável.
Apesar da indefinições, 8 escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro já revelaram seus enredos e a temática antirracista deve marcar presença na avenida em pelo menos metade das que já tiveram temas divulgados. Beija-Flor, com "Empretecer o pensamento", Salgueiro, com "Resistência", e Grande Rio, com Exú, estão entre as mais celebradas no meio carnavalesco.