Teresa Cristina homenageia Dona Neném da Portela em sua conta do Instagram

“De vez em quando eu e minha mãe íamos pro quintal dela cantar até cansar. Ela adorava ficar ali sentadinha tomando sua cerveja. De vez em quando pedia música”, lembra a cantora

Foto: Instagram
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A cantora e compositora Teresa Cristina homenageou, em sua conta do Instagram, Dona Neném, conhecida personagem do samba e da Portela, que morreu nesta segunda-feira (4).

Em um belo texto, a cantora lembra: “De vez em quando eu e minha mãe íamos pro quintal dela cantar até cansar. Ela adorava ficar ali sentadinha tomando sua cerveja. De vez em quando pedia música”.

Veja o post e leia abaixo o texto completo:

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D. Neném amava seresta. De vez em quando eu e minha mãe íamos pro quintal dela cantar até cansar. Ela adorava ficar ali sentadinha tomando sua cerveja. De vez em quando pedia música.

Adorava as canções do Cartola e pedia mais de uma até. Dona Neném partiu dormindo essa madrugada.

Eu tô aqui recolhendo na minha memória todos os encontros luminosos que tivemos. A gente tinha uma piada interna que ela adorava repetir. Todas as vezes que ia alguma equipe de filmagem na casa dela - aquele quintal faz parte da história do samba do Rio de Janeiro - ela recebia com toda sua doçura e nobreza.

Sim, D. Neném faz parte da nobreza de Oswaldo Cruz. Em várias gravações que pude participar ali, no final de cada filmagem ela olhava pra mim é perguntava: “já acabou a palhaçada?”. E a gente ria até a barriga doer.

Descansa em paz, rainha de Oswaldo Cruz.

Baluarte da Portela e viúva do compositor Manacéia, Yolanda de Almeida Andrade, a dona Neném, morreu nesta segunda-feira aos 95 anos em sua casa em Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Uma das mais antigas integrantes da escola fundada por Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela, dona Neném é considerada patrimônio do samba e foi vítima de uma infecção urinária.

Em Janeiro, a sambista foi homenageada durante a celebração do aniversário de um ano da lei municipal que criou o Perímetro Cultural de Oswaldo Cruz. Sua casa, frequentada por artistas como Paulinho da Viola, Marisa Monte e Teresa Cristina, foi a última parada da comitiva que percorreu endereços importantes para a memória afetiva da Portela.