O escritor chileno Luis Sepúlveda, que faleceu na Espanha no último dia 16 de abril, vítima do coronavírus, ganhou uma “homenagem” de extremo mau gosto do seu país natal.
O Ministério da Cultura do governo neoliberal de Sebastián Piñera lançou o 1º Concurso Literário Luis Sepúlveda. Até aí, a iniciativa estava bem, o problema foi o tema anunciado para os textos que pretendem participar do evento: “O Coronavírus e Eu”.
A ideia provocou forte repúdio em diversos setores da classe artística chilena. O músico e radialista Marco Canto chegou a publicar, em seu Twitter: “sério que o governo pensa que isto é uma `homenagem´ a Luis Sepúlveda? É quase uma ode ao humor negro”.
A rejeição foi tão grande que o poster e as regras do concurso foram apagados das redes sociais e dos sites de divulgação do Ministério da Cultura horas depois do lançamento.
En serio el @GobiernodeChile piensa que esto es un “homenaje” ? A Luis Sepúlveda?... es casi una oda al humor negro. pic.twitter.com/rgvvxp457H
— Marco Canto (@marcocantoc) May 21, 2020
O escritor chileno Luis Sepúlveda foi muito amigo do líder ambientalista brasileiros Chico Mendes, a quem dedicou uma de suas obras mais conhecidas: “O velho que lia romances de amor”. Também é autor de livros como “História de um cão chamado Leal”, “Mundo do fim do mundo” e “Diário de um killer sentimental”.
Em seu país, foi apoiador do governo de Salvador Allende (1970-1973), mas preferiu deixar o país após o golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet (ocorrido no dia 11 de setembro de 1973), fixando residência na Espanha, a partir de então.