Nesta segunda-feira (24), um tribunal de Nova York condenou o produtor de cinema Harvey Weinstein por duas das cinco acusações de abuso sexual que ele responde. A corte considerou que o empresário cometeu estupro em terceiro grau e ato sexual criminoso em terceiro grau, o que pode lhe render uma pena de até 25 anos de prisão.
No entanto, a decisão foi comemorada como uma vitória parcial pelo movimento Me Too, que vem questionando os abusos sexuais dentro da indústria do entretenimento nos Estados Unidos, especialmente no cinema.
Isso porque o produtor conseguiu se livrar do cenário mais grave, que seria uma condenação por estupro em primeiro grau, o que é conhecido na legislação penal americana como “ataque sexual predatório”, e que poderia significar pena de prisão perpétua.
A pena que Weinstein será anunciada somente no dia 11 de março, embora o tribunal tenha determinado que ele poderia começar a cumpri-la imediatamente. Porém, isso não aconteceu, porque horas depois do anúncio da condenação, o réu alegou sentir dores no peito, e foi levado de urgência a um hospital novayorquino, onde permanece internado.
Harvey Weinstein é um dos mais destacados produtores de cinema de Hollywood desde os anos 90. Em sua carreira, participou de produções famosas como Pulp Fiction, Sheakspeare Apaixanado e a trilogia O Senhor dos Anéis, entre outros.
Em 2017, Weinstein foi acusado de assédio sexual por várias mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Rosanna Arquette, Judith Godrèche, Léa Seydoux, Cara Delevigne, Ashley Judd, Rose McGowan, Heather Graham, Brit Marling, Zoe Brock, Lucia Stoller e Louisette Geiss.
A repercussão do caso levou os membros do conselho da Academia de Cinema de Hollywood (responsável pelos prêmios Oscar) a decidir pela sua expulsão dele da organização. Tempos depois, ele também seria demitido da empresa que fundou, a The Weinstein Company.