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A atriz Regina Duarte, convidada para assumir a Secretaria Especial da Cultura, ainda nem chegou e já bateu com o pé na porta. Em reunião, na semana passada, em Brasília, ao defender o filme “Bruna Surfistinha”, ela conseguiu contrariar os seus dois futuros chefes.
Tanto o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), quanto o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), consideram o longa um exemplo de projeto que o governo não deve apoiar.
A atriz respondeu a Marcelo - o único dos dois presente à reunião - que o filme tem classificação indicativa e que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo. Reforçou a todos que é uma artista e que eles não poderiam se esquecer disso.
A atriz viveu a Viúva Porcina, uma ex-prostituta, na novela “Roque Santeiro”.
Bolsonaro, por sua vez, já afirmou várias vezes que não pode admitir que “filme pornô” seja financiado com dinheiro público.
Após as primeiras declarações do presidente sobre o assunto, a própria empresária Raquel Pacheco, que usava o nome de Bruna Surfistinha quando fazia programa, se manifestou.
“Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, deveria cuidar da moral da própria família. E ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco o dever dele principal: que é ser presidente”, disse.
A atriz que interpretou a ex-garota de programa no filme, Deborah Secco, também reagiu. “Fico um pouco chocada porque o filme retrata uma história real não só da Raquel, mas de outras milhares de mulheres que se encontram nessa situação”, afirmou a atriz. “O que a gente queria com o filme era debater e falar sobre como nós, como a população, lida com essa realidade”, disse.
Com informações da coluna de Mônica Bergamo