Escrito en
CULTURA
el
Um dos maiores eventos de animação do mundo, o maior da América Latina e certamente do Brasil, o Anima Mundi é um dos grandes acontecimentos do calendário cultural brasileiro.
Graças ao governo Bolsonaro e sua peculiar política cultural, o festival corre o sério risco de não realizar sua edição de 2020.
O ano de 2019 foi marcado por cortes nas verbas públicas para a Cultura e pelo fim de contratos de patrocínio que sustentavam o evento. Entre 2015 e 2018, o número de patrocinadores foi diminuindo de forma acentuada. Com isso, as inscrições, que deveriam ter sido feitas em dezembro, foram adiadas.
Nos anos anteriores, a principal financiadora da mostra era a estatal Petrobras, o que cessou em 2019. Também houve um corte verbas no ano de 2017, durante o governo de Michel Temer, que reduziu o apoio de R$ 1,1 milhão para R$ 750 mil. Cada edição do evento requer um gasto de ao menos R$ 2 milhões, e a última edição só conseguiu fechar as contas porque lançou uma campanha de financiamento coletivo.
Para piorar o cenário, aqueles que pretendem tomar alguma iniciativa para tentar salvar o festival deste ano terão que correr contra o tempo e esperar (e talvez muito) pela largada, já que a Secretaria de Cultura ficou vazia após a exoneração de Roberto Alvim e ainda não há certezas sobre se Regina Duarte aceitará assumir o cargo.
Desde a sua criação, em 1993, esta é a primeira vez que não há um plano concreto para a realização da mostra, que já revelou nomes importantes animação nacional, como Carlos Saldanha (“Rio” e “A Era do Gelo”) e Alê Abreu (“O Menino e o Mundo”).