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O público paulistano vai poder assistir, de 24 a 29 de setembro, no Centro Cultural São Paulo, a 1ª Mostra Cine Brasil Experimental, com uma seleção de filmes realizados por artistas brasileiros e latino-americanos. A programação do evento é composta tanto por produções contemporâneas, quanto por clássicos da filmografia experimental redescobertas pela equipe de curadoria da mostra.
Na ocasião, alguns destaques do cinema experimental latino-americano que foram recentemente remasterizadas ou restauradas serão apresentadas pela primeira vez no Brasil. É o caso de ORG (1967-1978), de Fernando Birri, raramente exibido desde sua estreia no festival de Veneza em 1979 até sua recente restauração em 2012 pela instituição arquivística alemã Arsenal Institut für Film und Videokunst, e Lupe (1966), de José Rodriguez-Soltero, restaurado pelo Anthology Film Archives, de Nova York.
Um dos destaques do evento é a homenagem à cineasta e artista franco-americana Vivian Ostrovsky, que passou parte importante de sua juventude no Brasil e até hoje tem uma relação muito especial com o país, algo que está muito presente em sua obra. A Mostra exibe 13 filmes em curta-metragem realizados por Ostrovsky entre 1983 e 2018, entre eles Copacabana Beach (1983, 10', cor), talvez seu filme mais conhecido, que ela realizou em super-8 na famosa praia carioca; e Nikita Kino (2002, 40', cor e pb), filme documentário experimental realizado com belíssimas imagens de arquivo sobre suas lembranças da antiga URSS, país de origem de seu pai. Vivian Ostrovsky estará presente no evento e participará de um bate-papo com o público no dia 28 de setembro, às 20h30, no Centro Cultural São Paulo. Na ocasião, estará presente também o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Rubens Machado, que falará um pouco sobre a obra da artista. O debate terá entrada gratuita.
Ainda como parte de seu eixo histórico, a mostra traz também curtas e o longa-metragem Salomé (1976), realizados pelo cineasta franco-mexicano Teo Hernandez (1939-1993); além de filmes importantes da cinematografia experimental nacional, tais como Explendor no Martírio (1974, 10') e Pira (1972, 15'), de Sérgio Péo; Exposed (1978, 8'), O Rei do Cagaço (1977, 10'), Lin e Katazan (1979, 6') e Alice no País das Mil Novilhas (1976, 20'), de Edgard Navarro; A Pátria (1977, 3'), Brasil 1.872.000 Minutos/Noves Fora? (1976-1977, 18'), Costumes da Casa (1977, 9') e Shave and Send (1977, 16'), de Jorge O Mourão. Os filmes de Péo, Navarro e Mourão serão digitalizados especialmente para este evento. A mostra também fará uma homenagem ao recém falecido cineasta brasileiro Luiz Rosemberg Filho, exibindo o radical Imagens, de 1972, filme que durante décadas foi dado como perdido e, em 2014, foi reencontrado na França.
Outro destaque do eixo histórico é a sessão dedicada aos filmes da Corcina - Cooperativa dos Realizadores Cinematográficos Autônomos. Ela existiu entre 1978 e 1983, produziu por volta de 50 filmes, distribuiu mais de 70 e aglutinou cineastas como Sérgio Péo, André Parente, Lúcio Aguiar, Roberto Moura, Jorge Abranches, numa época em que a Lei do Curta deu fôlego novo para a produção do gênero no país, fomentando a produção experimental. A curadoria do bloco é de Lucas Parente.
Completando o eixo histórico, serão exibidos o curta-metragem Eclipse (1984, 12'), de Antônio Moreno, que foi recentemente remasterizado a partir do escaneamento de seu negativo original (pintado à mão pelo cineasta) em 2k; o curta Pantera Negra (1968, 3'), do cineasta e cartunista Jô Oliveira, também recentemente remasterizado; e ainda curtas-metragens do cineasta franco-brasileiro Raymond Chauvin e da diretora brasileira Débora Waldman.
O eixo contemporâneo da 1ª Mostra Cine Brasil Experimental tem seu foco sobre a obra de três cineastas brasileiras: Letícia Ramos, Ana Vaz e Louise Botkay. Serão exibidos curtas-metragens realizados por cada uma delas, entre eles: The Blue Night (2017, 5'), VOSTOK (2014, 8') e Não é Difícil para um Investigador da Natureza Simular os Fenômenos (2018, 8'), de Letícia Ramos; Estou Aqui (2015, 7'), Vertières I, II e III (2014, 10') e Sugar Freeze (2011, 10'), de Louise Botkay; e Occidente (2014, 15'), Há Terra! (2016, 13'), A Idade da Pedra (2016, 13') e Sacris Pulso (2008, 15'), de Ana Vaz. A curadoria deste bloco é de Patrícia Mourão.
Além dos filmes dessas jovens cineastas, também dentro de sua aba contemporânea, a mostra exibe o média-metragem Nietzsche Sils Maria Rochedo de Surlej (2019, 58'), de Rodrigo Lima, Rosa Dias e Júlio Bressane.
A 1ª Mostra Cine Brasil Experimental é patrocinada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa por meio do PROAC. Ela é uma produção da Cinediário e tem apoio do Centro Cultural São Paulo, do Instituto Goethe e da Cinemateca do MAM-RJ.
Para mais informações e programação completa acesso o site a mostra aqui